A muralha neutralizou o toque de bola...
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Decididamente, a Copa do Mundo da Russia ficará marcada como a "Copa das Molas".
O toque de bola foi neutralizado pelas muralhas defensivas que, uma vez roubada a posse da bola ao adversário, impulsionam atacantes "estilingados" em direção ao gol.
O contra-ataque tornou-se objetivo estratégico prevalente. O avanço súbito é favorecido pela forma física excepcional de jogadores treinados para a explosão.
Não há como comparar os novos destaques com os antigos craques que explodiam em direção ao gol adversário. Hoje, a explosão é planejada. Atacantes e meias ofensivos não jogam sozinhos, sabem tabelar e ganham apoio eficaz pelas laterais.
Passes em profundidade, lançamentos de trinta metros e deslocamentos em velocidade, por dezenas de metros, contrastam em eficácia com a "lenta e interminável" troca de passes de seleções que sempre se notabilizaram pelo toque de bola e meio-campistas habilidosos.
Coutinho, se estivesse vivo, ficaria feliz de ver que sua jogada de "overlapping" terminou consolidada.
A "mola" parece ter se tornado, definitivamente, a coreografia do futebol moderno.
Ganha a velocidade, ganha a explosão individual, em duplas ou em trios e...perde o envolvimento habilidoso do adversário por meio do toque de bola, o drible sutil e a troca de passes, da intermediária à área inimiga.

Antonio Fernando Pinheiro Pedro é palmeirense, advogado e jornalista.
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