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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

DE ONDE MENOS SE ESPERA...NADA SAIRÁ MESMO

Um brasileiro feito refém pela narcoditadura venezuelana e a atitude pusilânime do Brasil...



Jonatan Diniz - vítima da "Síndrome de Gularte"



Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro



Que os leitores nos perdoem, mas não há como expressar  o que ocorre na Venezuela sem que se recorra aos termos e adjetivos  correspondentes ao asco.



A crise do pernil venezuelano


Diosdado Cabello é um excremento em forma humana que manipula um estrume de bigode chamado Nicolas Maduro. Ambos comandam a narcoditadura venezuelana, que teima em conspurcar o nome de Simon Bolívar. Contam com o apoio de uma massa imoral de celerados esfomeados, palhaços de uniforme comprometidos com o narcotráfico, vermes politizados e militontos cujo cérebro produz o mesmo material que compõe aqueles "líderes"...

Nas últimas festas natalinas, a Venezuela, acuada pela fome e pelo desabastecimento, sofreu mais um revés: o narcoestado "conseguiu" que o tradicional pernil de natal faltasse à mesa já esvaziada do cidadão venezuelano. Isso ocorreu por conta das falcatruas burocráticas, propinas cobradas e calotes dados aos fornecedores internacionais.  

Acuada pela verdade esmagadora dos fatos, a chusma de imbecis governamentais da venezuela recorreu à manobra diversionária.  Era preciso por a culpa em alguma ação internacional, razão pela qual tratou-se de buscar um bode expiatório estrangeiro para livrar os governantes calhordas das responsabilidades. 

Foi nesse intuito que o governo venezuelano prendeu um "abilolado" cidadão brasileiro, que cometera a imprudência de ir àquele país miserável fazer alguma caridade a pretexto de "aparecer",  tornando-o refém político e instrumento de provocação ao Governo do Brasil.



Jonatan e a "Síndrome de Gularte"


O brasileiro Jonatan Diniz foi preso na Venezuela, acusado de “atividades contra a segurança nacional” (nome dado para quem não lambe as botas dos calhordas da ditadura venezuelana). Os narcodirigentes "bolivarianos" acusaram Jonatan  de integrar uma “organização criminosa” articulada para suscitar revoltas contra o governo por conta do desabastecimento.

A ONG “Time for Change”, integrada por Jonatan, na verdade doa alimentos para moradores de rua. Jonatan, assim,  cometeu o erro de traficar... comida - um crime num país que socializa a fome.

Ouvido após ser libertado de sua prisão, Jonatan decepcionou muitos do que se mobilizaram para obter sua libertação. Informou que não tinha dúvidas de que seria preso por justamente estar buscando um meio de denunciar o estado de miséria e exploração naquele país. 

Se assim foi, a atuação irresponsável não desnaturou a situação de absoluta arbitrariedade que envolveu sua prisão e não muda a  miserável realidade que pretendeu denunciar. 

A empreitada venezuelana, no entanto, rendeu, pois a fraqueza diplomática brasileira contribui para isso. 

Como nosso governo é composto por indivíduos.... como dizer... "hesitantes"... descompromissados com nossa soberania, o refém permaneceu na Venezuela por um bom tempo... desaparecido e isolado, sem qualquer contato ou acesso de diplomatas ou defensores.

Essa "hesitação" diplomática, no entanto, pode ser explicada pela "Síndrome de Gularte". 

Explico: 

Em 2004 um narcotraficante brasileiro, Rodrigo Gularte, conhecido por usar a rota dos surfistas para traficar cocaína como recheio de pranchas, foi preso na Indonésia com 13 quilos de cocaína e, posteriormente em 2015, executado conforme as leis daquele país. 

O cidadão era mesmo criminoso confesso, as provas foram colhidas e apresentadas em processo judicial regular e a pena aplicada conforme o ordenamento legal daquele país asiático era a morte. 

Aliás, há uma advertência clara a quem quer que vá à Indonésia, sobre a pena de morte aplicada a traficantes de droga. 

Porém, sob a bandeira da "defesa dos direitos humanos”, a esquerdalha nacional, seus artistas amestrados e militontos de todo gênero, organizaram manifestações "em apoio" ao brasileiro vitimado pela "intolerância". 

A imprensa (aquela que não mais impressiona), fez um carnaval. Houve até reportagem especial no "Fantástico", da notória Globo, mostrando o traficante como “vítima de um país autoritário”.

A "presidenta" Dilma, fazendo coro com a tigrada, bradou por um perdão presidencial do chefe de estado indonésio, recebendo como resposta que "ali, a lei era cumprida"...

Independente de ser ou não a pena de morte motivo de polêmica conceitual, o fato inquestionável é que a mídia brasileira provocou uma catarse para "defender" um notório traficante de drogas - chegando alguns a sugerir que se erguessem estátuas ao mula-malucão.

O malucão, por sua vez, chegou a dar entrevistas, fazer pronunciamentos, na ilusão de que sua prisão e iminente execução representasse algo maior que o cumprimento da lei de um estado soberano, nos estritos termos do Estado de Direito.

O desgaste diplomático para o Brasil foi, no entanto, imenso. 

O Estado brasileiro saiu do episódio como um "leão sem dentes", um país desmoralizado, a ponto de ser apelidado internacionalmente de "ANÃO DIPLOMÁTICO"*.

Rodrigo Gularte foi executado na Indonésia, sem choro nem vela - ou melhor, com ambos, apenas no Brasil. Daí a síndrome de novamente a diplomacia se envolver em episódios similares.

No caso da Venezuela, porém, Jonatan foi jogado na prisão sem processo judicial regular, sem direito a um advogado e sem que a narco-ditadura venezuelana informasse seu paradeiro e estado de saúde, para o consulado brasileiro e para a família.

Pretendendo fazer da prisão um factóide político, o narcogoverno venezuelano pagou o mico de libertar o brasileiro assim que viu tratar-se de um ingênuo e "abilolado" militante.

Conclusão do paralelo com a Indonésia: ao contrário do país asiático, na Venezuela inexiste justa causa para a prisão. 

Ademais, também ao contrário do que se viu no caso do traficante brasileiro na Indonésia, na Venezuela os presos políticos e comuns podem, a bel prazer do Estado, "desaparecer", submetidos a pior estado que o existente nas prisões do Brasil - com torturas, abusos e mortes.

A conduta da diplomacia brasileira foi um fiasco. Para quem fez uso da ofensiva diplomática para livrar um traficante, fica mesmo difícil usar a mesma via para livrar um inocente, mormente quando o próprio Estado encontra-se moralmente comprometido. Senão vejamos:



Anão diplomático ou pigmeu moral?


O caso de Jonatan tem repercussão inversamente proporcional à imoralidade reinante na política tupiniquim. 

Dos partidecos de esquerda, nada poderia mesmo sair. Gente ordinária e sem moral, vive pendurada nos bagos murchos das sobras do "socialismo do século xxi" (tudo em minúsculo...). Nada querem com algo que possa mostrar a sujeira reinante no esgoto político venezuelano. 

Na mídia tupiniquim, apenas notas de pé de página... Afinal, gente normal não vira notícia. 

Pelo contrário, Jonatan só ganhou maior espaço na mídia, quando se revelou "desequilibrado"... após dar entrevistas quando retornou aos EUA.

O congresso e judiciário brasileiros, por sua vez, estão enredados na teia de corrupção que envolve a miséria venezuelana. Autoridades por aqui preocupam-se com as mesmas implicações, envolvendo as mesmas empresas brasileiras,  na corrupção bolivariana. 

O buraco é mesmo mais embaixo. Jonatan parece ser uma espécie de refém para que todos, por aqui, fiquem de bico calado em relação aos traficantes de droga daquele país neo-miserável. Liberado, presta-se a servir de lastro para bravatas esquerdistas.

O Ministério das Relações Exteriores, talvez por conta dos mesmos temores, e certamente por ter se tornado um "nanico" na diplomacia internacional, limitou-se a ações e notas burocráticas.

Jonatan, portanto, é um elo perdido entre corrupções similares, envolvendo elementos comuns...

Moral da história: de onde menos se espera, nada sairá... mesmo!


Nota:

*o apelido foi dado ao Brasil pelo porta-voz do governo israelense, como consta no link a seguir: http://www.huffpostbrasil.com/mauricio-santoro/por-que-brasil-e-israel-estao-em-conflito-diplomatico_a_21701097/









Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.





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