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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

A EUROPA EM ARMAS!

 A Euroguerra, a Trama Globalista e a Saída pela Direita



Imagem - IA-AFPP



Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro



A Europa está em marcha — não rumo à paz, mas à militarização. O plano “ReArm Europe”, apresentado como resposta às ameaças contemporâneas, consolidado em outubro de 2025, revela uma articulação globalista que ignora as lições da história e aposta na confrontação como ferramenta de reposicionamento geopolítico. 

Neste artigo, analiso criticamente os riscos dessa estratégia, exponho os paralelos com o colapso romano, a instrumentalização da OTAN, e a reação violenta da esquerda globalista ao avanço conservador mundial.

Mais do que uma análise, este texto é um alerta: a saída para a crise não virá da burocracia de Bruxelas, mas da restauração da soberania — e essa restauração será conduzida pela direita.

 

A Euroguerra

A Europa está se armando. E não é para se proteger — é para se reposicionar. 

O plano “ReArm Europe”, lançado pela Comissão Europeia, promete transformar o continente em potência militar até 2030. 

Escudos aéreos, coligações bélicas, mobilidade militar pan-europeia — tudo sob o pretexto de “preservar a paz”. Mas a realidade é outra: trata-se de uma tentativa desesperada da elite globalista em crise para manter o controle de um continente que já não lidera nada.


O Grande Reset

O "Grande Reset", iniciativa do Fórum Econômico Mundial sob o tacão de Klaus Schwab, visava uma reestruturação inocente do sistema econômico e social global pós pandemia de COVID-19, promovendo "mudanças positivas nas esferas econômica, social e ambiental", tirando o foco do capitalismo no lucro, para "buscar resultados mais equitativos e sustentáveis". 

No entanto, o que parecia ser o mundo de Alice, transformou-se no reino da Rainha de Copas, algo sentido pelo eleitorado esclarecido nos regimes democráticos - eleitor este despertado do pesadelo pandêmico na Europa e América, que viu no discurso e nas ações dele decorrentes uma clara tentativa de construir um "governo mundial" submetido ao controle de cada aspecto da vida social e econômica por uma elite "progressita" - aboletada em organismos burocráticos multilaterais financiados pelo  capital globalista altamente concentrador. 

Esse "reset" contaminou ações desagregadoras que desfiguraram instituições, academias, meios de comunicação e programas de responsabilidade social  públicos e corporativos - gerando conflitos, perseguições e censuras. 

A reação foi evidente: uma onda reativa conservadora, que já estava em curso antes da pandemia, ganhou maior dimensão na Europa e na América, encurralando o chamado "globalismo progressista" que agora, ao que parece, quer acionar o botão "reset" destruindo tudo or meio da guerra - e o plano “ReArm Europe”, expõe claramente essa intenção.

Importante observar os sinais, os sintomas desse processo e a cura possível. 


A OTAN: de escudo defensivo a instrumento de provocação

A OTAN, outrora símbolo da segurança ocidental, hoje é uma aliança desarticulada, sem comando unificado e sem propósito claro. 

A tentativa de ressuscitá-la como braço armado da União Europeia é um erro estratégico. Reconduz o quadro estratégico ao passado da Guerra Fria e gera conflitos ao invés de resolvê-los. 

A Europa não precisa da NATO em prontidão  — precisa de uma nova articulação estratégica que respeite a soberania dos países. Precisa de líderes que representem a soberania popular e não os interesses de Davos, Bildeberg ou da burocracia de Bruxelas.


A reação globalista ao avanço conservador

O crescimento da direita soberanista em todo o mundo, tem provocado uma reação violenta da esquerda globalista. 

Atentados contra líderes conservadores, perseguições judiciais, censura e weaponization institucional tornaram-se práticas comuns nos regimes em transição - nos quais o establishment globalista e seu aparato esquerdista vêem-se a descoberto, denunciados pelas redes sociais e afogados pelo descontentamento popular. 

Nessa reação destrutiva, a democracia está sendo corroída por dentro - por ação do deep state, sob o disfarce de “defesa da ordem democrática”... e a "Guerra contra a Eurasia" torna-se agrande saída orwelliana para justificar a manutenção do status quo.


Rússia e China: projetos civilizacionais não são ameaças

A demonização da Rússia e da China integram o cenário do "1984" globalista. Serve apenas para justificar o rearmamento europeu. 

Porém, esses países operam com lógicas civilizacionais próprias. 

A Rússia, desde Alexandre III, mantém viva a ideia de um império civilizacional eslavo que desenha um perfil europeu do leste dos Urais até Vladivostok.  

De Pedro e Catarina, até Medvedev e Putin, a cultura europeia cristalizou-se no grande império Russo e, de fato, avançou da Europa Oriental para a Ásia, sendo o período socialista um grande soluço de 80 anos... em oito séculos de transição (desde o refluxo mongol e avanço vicking e romano). Aliás, a Embaixadora Jeane Kirkpatrick, responsável pela doutrina de diplomática do governo Reagan, via este "soluço soviético" como algo a ser duramente combatido em função de sua natureza totalitária, sendo a cortina de ferro por ele erigida, uma decorrência desmontável da antiga esfera de influência czarista - algo que hoje de fato ocorre. 

Putin, de fato, mantém hoje um regime monocrático, mas nem de longe comparável ao  anterior totalitarismo soviético.

A China, por sua vez, sempre manteve um sistema de governança monolítico. Mas o período totalitário maoísta já vai longe. A partir de Deng Xiaoping, mudanças gigantescas ocorreram no sistema econômico chinês, com profundas alterações no campo social. Há em verdade, um grande resgate da doutrina materialista absorvida do confucionismo, do taoísmo e do ying yang. O Partido Comunista Chinês, oficialmente, abandonou qualquer forma de ortodoxia marxista - compreendendo que a aplicação de qualquer doutrina deve se adaptar á "realidade cultural chinesa". Assim, o que se tem hoje no regime, é uma enorme filosofia empreendedorista, visando a busca do conforto material e da prosperidade - sob o comando de uma gigantesca "holding", cujos quadros emergem sob um contexto exclusivamente meritocrático. 

Por óbvio, não se trata de qualquer tipo de fórmula democrática ocidental, porém, o que ali se vê é um experimento planejado de distanciamento da dogmática ideológica, em direção à busca pelo desenvolvimento econômico num mundo dominado pela economia de mercado.  É nesse sentido que o projeto do "Cinturão e Rota", busca expansão comercial e diplomática — não confronto militar. 


O foco é o mercado e a indústria

O ponto geográfico de atrito com o ocidente é o Mar da China - envolvendo Taiwan e, mesmo isso, pode ser resolvido com pragmatismo. 

Taiwan vive também um momento de prosperidade. Segue uma disputa com a China continental no campo da alta tecnologia - em especial no restrito mercado dos micro-processadores e supercondutores.

A grande disputa entre EUA e China, hoje, é pelos Parques Industriais, que os Globalistas trataram de transferir para a Ásia nos últimos quarenta anos, deixando o ocidente entregue à uma hipócrita política de indulgências humanitárias, assistencialistas e ecológicas - resultando em desemprego, exclusão e deseconomias.

O mercado, apoiado em firmes ações geoestratégicas, como as que se buscam implantar nos países ocidentais resgatados pela direita conservadora e soberanista, busca justamente reequilibrar a balança do comércio, investindo na livre iniciativa e resgatando a indústria. 

Por óbvio, a esquerda globalista se perde neste novo quadro, pois a enorme concentração econômica posta em mãos dos grupos financeiros que sempre a patrocinaram - dentro desta política de "indulgencias" - tende a se diluir  em prol de projetos de prosperidade locais, reduzindo  o apoio a programas ineficazes de assistencialismo e deseconomias eco-humanitárias.

A ação firme da política de tarifas - coligada com a defesa da liberdade de mercado e livre expressão, implementada pelo novo Governo Trump, levará a um rearranjo de mercado entre Trump, Xi e Putin — sem a Europa progressista. O arranjo já está desenhado no horizonte, e será o caminho mais realista para a estabilidade global.

É diante desse quadro que a burocracia de Bruxelas e seus patrocinadores globalistas se desesperam... e buscam combater o processo incrementando o conflito.


Roma reeditada: imigração sem integração gera conflito

A Europa Globalista, nestes quase quarenta anos de transformações pós queda da Cortina de Ferro, ao abrir fronteiras indiscriminadamente, repetiu o erro fatal do antigo Império Romano.

Em sua obra - sobre a decadência militar romana -  Arther Ferrill  demonstra como a assimilação das hordas migratórias pelo Império, incluindo a substituição dos quadros legionários por elementos bárbaros,  sem vínculo de lealdade com o Estado, fez ruir por dentro a férrea disciplina das legiões, no mesmo ritmo das cisões internas e crises econômicas que afetavam a governança de Roma. 

Hoje, a imigração em massa, incentivada por elites globalistas, fragmenta da mesma forma a identidade nacional dos países do ocidente.  Já o transtorno de personalidade coletivo ocasionado pelo vírus do "politicamente correto", induziu a Europa e os EUA (sob domínio democrata) a sofrerem uma "Síndrome de Chamberlain" - em especial no que tange à cegueira deliberada em face da barbárie radical muçulmana - abraçada pela esquerda como uma nova forma de "enfrentamento ao regime capitalista branco e cristão". 

Ocorre que, hoje, migrantes não assimilados configuram enclaves culturais em toda a europa globalista, ignoram as leis locais, não se adaptam culturalmente e vivem às custas de programas sociais — sem qualquer compromisso com o país que os acolhe. Por óbvio que isso não se aplica a todos, como também não se aplicava a Roma...


A guerra contra os valores morais

O progressismo inocula padrões "marcuseanos", provindos da Escola de Frankfurt, substituindo a "luta de classes" entre proletários e burgueses por uma batalha desagregadora entre minorias marginalizadas - o lumpesinato e a moderna classe média -  que é o esteio cultural da atual democracia. O ataque á propriedade, agora, tornou-se uma guerra contra todo e qualquer valor humano, judaico e cristão ocidental...

O trabalho intenso do proselitismo "progressista" trata de desvincular o mérito e a busca da prosperidade como valores da governança.  Sistemas assistencialistas, por sua vez, perenizam a exclusão e estimulam o rancor, criando o quadro ideal de fragmentação que relativiza a soberania das Nações e destrói a Soberania Popular. Com isso, o fluxo das finanças migra para o grupo transnacional globalista fortalecendo o conceito de "governo global"  e "misérias locais".

Nisso reside a intensa busca "progressista" por conflitos difusos, demandas impossíveis e batalhas cronicamente insolúveis.

É nesse quadro de justiça manipulada, transvaloração de todos os valores, repressão à crítica e censura á liberdade de expressão... que a "defesa da democracia", agora, busca se transmutar na "defesa militar da Europa" - em benefício dos mesmos globalistas (hoje, visivelmente acuados).


A saída é pela direita: soberania, identidade e liderança.

A crise europeia não será resolvida com mais burocracia, mais armas ou mais censura. 

A saída está na direita. Na restauração das soberanias nacionais,  na valorização da cultura local, na defesa das fronteiras e na rejeição ao controle supranacional. 

A Europa precisa de líderes que governem para seus povos — não para as fundações e fóruns que se reúnem em hotéis cinco estrelas para decidir o destino de bilhões de miseráveis.

A história está em jogo e, desta vez, não haverá desculpas para quem se omitir.

A nova guerra europeia é o abraço de afogado do globalismo progressista no ocidente em transição.



Referências:


PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro:

"A Segurança Regional Americana, A Escalada Militar de Maduro e o Risco Continental", in Blog "The Eagle View", in  https://www.theeagleview.com.br/2025/08/a-seguranca-regional-americana-escalada.html

"A Fábrica de Desinformação da Europa", in Blog "The Eagle View", in https://www.theeagleview.com.br/2025/07/a-fabrica-de-desinfomacao-da-europa.html

"Globalização e o Risco da Nova Ordem Mundial", in Blog "The Eagle View", in https://www.theeagleview.com.br/2019/09/globalizacao-e-o-risco-da-nova-ordem.html

"O Contexto Geopolítico da China", in Blog "The Eagle View", in  https://www.theeagleview.com.br/2020/03/o-contexto-da-china-para-alem-da.html

"O mundo dos Idiotas Transviados", in Blog "The Eagle View", in https://www.theeagleview.com.br/2017/10/o-mundo-dos-idiotas-transviados.html

"Esquerdismo é Coisa de Louco", in Blog "The Eagle View", in https://www.theeagleview.com.br/2015/11/esquerdismo-virou-coisa-de-louco.html

"GLOBALISTAS ACUADOS: BIDEN E MACRON ESTIMULAM O CONFLITO E PODEM PROVOCAR UMA GUERRA", vídeo in  https://youtu.be/PkgJdI99ne0?si=dXfNQohIXiSN9xoU

MILIBAND, David:   "O mundo além da Ucrânia  - A sobrevivência do Ocidente e as exigências do resto", in Blog "The Eagle View", in  https://www.theeagleview.com.br/2023/04/o-mundo-alem-da-ucrania.html

FERRIL, Arther: "A queda do Império Romano: a explicação militar (no original em inglês The Fall of the Roman Empire: The Military Explanation)",  Editora Zaha, SP, 1989

KIRKPATRICK, Jeane: "Ditaduras e Padrões Duplos" ("Dictatorships and Double Standards"), Commentary Magazine,  Nov. 1979

Ue - Alto Comissariado da União Europeia: "Roteiro para a Preservação da Paz - Preparação para a Defesa 2030", outubro 2025,  in https://defence-industry-space.ec.europa.eu/commission-and-high-representative-present-new-defence-roadmap-strengthen-european-defence-2025-10-16_en






Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados e Diretor da AICA - Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental.  É membro do Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Membro do Centro de Estudos Estratégicos da Iniciativa DEX, Presidente da UNIÁGUA - Associação Universidade da Água e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.


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