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sábado, 1 de agosto de 2020

SÓ MUDARAM AS MOSCAS...

Na política e na justiça, estruturalmente, pouca coisa mudou





Por General Paulo Chagas



Caros amigos,

Durante 30 anos de "liberdade" para ladrões, mentirosos e hipócritas, a corrupção enraizou-se profundamente e alastrou-se de forma endêmica no meio político e jurídico do Brasil.

O acúmulo de energia resultante do desvio de recursos públicos permitiu que, como grandes ursos pardos, os corruptos e os corruptores hibernassem durante os dois invernos dos novos tempos exigidos pelo povo de bem - liberal e conservador - que elegeu o atual governo.

A isenção ideológica e partidária do "mecanismo" permitiu a preservação das suas estruturas e a gradual liberação de parte do seu efetivo, aí incluídos ícones como Lula da Silva e Zé Dirceu, beneficiados pelo comprometimento e pela lealdade de seus companheiros e amigos albergados no Congresso e no Supremo Judiciário.

Assim, o Brasil continua sendo o país da impunidade onde o crime compensa e os criminosos são conhecidos, reconhecidos e transformados em heróis! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam-se em "centrões" que lhes permitem disfarçar as próprias caras e vender segurança e facilidades para os pequenos e grandes parasitas, ameaçados pelo cada vez mais alquebrado sistema repressivo.

Para acolher esta afirmação, basta apreciar as mudanças na missão do COAF, o esvaziamento e a descaracterização do "Pacote Anticrime" do ex Ministro Sérgio Moro, acompanhar as atitudes protecionistas que premiam a impunidade, do atual Presidente do STF e as intenções declaradamente "anti-lavajatistas" do Procurador Geral da República.

Em resumo, na política e na justiça, estruturalmente, pouca coisa mudou, exceto "as moscas"...



Paulo Chagas é General de Brigada da Reserva do Exército Brasileiro. Arma da Cavalaria. Dentre as inúmeras atividades assumidas na sua carreira, foi oficial do Gabinete do ministro do Exército, comandou o Regimento Dragões da Independência, foi adido militar em Londres e chefe do Estado-Maior da 11ª Região Militar,  comandou a 7ª Brigada de Infantaria Motorizada (Natal/RN), chefiou o Gabinete do Estado-Maior do Exército (EME), a Seção de Adidos Militares acreditados no Brasil e no exterior e a 5ª Subchefia do Estado-Maior do Exército (Assuntos Internacionais). Coordenou as atividades de delegações do Exército Brasileiro em conferências bilaterais e foi secretário-geral da Conferência dos Exércitos Americanos. Foi instrutor de cavalaria da Academia Militar das Agulhas Negras. 






Um comentário:

  1. Até posso concordar com parte do seu texto, porém me permita estender o período analisado, se não me engano as maiores construtoras ficaram milionárias no período anterior aos "30 anos de liberdade". A corrupção é inerente da nossa história de país colônia!

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