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quinta-feira, 26 de março de 2020

O DILEMA DO ISOLAMENTO E O DESAFIO DA GOVERNANÇA

Para Pinheiro Pedro, conciliar o combate à pandemia com a defesa da economia requer análise urgente, equipe dedicada e visão de estadista para decidir o que é melhor para o Brasil 



Presidente  Bolsonaro em reunião com Governadores acompanhado pelo Vice, General  Mourão 




Por João Batista Olivi / Notícias Agrícolas


O dilema está posto: o Brasil continuará adotando o isolamento total face á pandemia do coronavírus, mantendo a população em suas casas para impedir a  progressão do contágio sob risco de comprometer toda a economia do país ou mudar a abordagem, permitindo uma contenção parcial de forma a permitir a retomada dos empregos e  dos ciclos econômicos? 

Esse debate está presente em todas as famílias, e também no comando da Nação. Na última quarta feira, 25 de março, o presidente Bolsonaro entrou confronto com governadores em defesa da mudança de abordagem. Sofreu críticas fortes em função de seu posicionamento do dia anterior, quando proferiu um discurso em que comparava a síndrome respiratória aguda provocada pelo vírus Covid-19 a um "resfriadozinho". 


Estaríamos todos diante de uma crise de governança? 

Esse foi o tema da análise do advogado e jornalista Antonio Fernando Pinheiro Pedro,  em conversa com João Batista Olivi, editor do Notícias Agrícolas.


Assista a entrevista clicando aqui: 



João Olivi, Pinheiro Pedro e o dilema de Bolsonaro


Pinheiro Pedro fez um alerta: por enquanto só existe muito debate, muita conversa, mas nada mudou; ou seja, o que está vigorando são as leis atuais que determinam o isolamento total (denominado de isolamento horizontal). Já o isolamento vertical (que permite a circulação de pessoas, isolando os grupos de risco), depende de todo um trabalho normativo a ser apresentado pelo governo federal, se realmente for levar adiante o posicionamento discordante. 

Pinheiro Pedro diz que é urgente o Governo montar um grupo de trabalho formado por especialistas, onde se tentaria unir os dois objetivos: preservar a saúde da população, principalmente a dos mais idosos, liberando a força de trabalho do País para a retomada da economia.


"Existem 38 milhões de trabalhadores autônomos, que estão sem renda, com a família passando necessidade. Isso pode desencadear distúrbios e será necessário intervenção de forças policiais e até mesmo das Forças Armadas. Temos que evitar esse passo perigoso", ponderaram os jornalistas no diálogo da entrevista. 

Pinheiro Pedro, por fim, disse que o contencioso com os governadores não ajuda a ninguém, nem mesmo o próprio presidente da República,  cujo desgaste poderá ameaçar seu governo -  incluindo aí o impeachment.

Pinheiro Pedro : "Papel do estadista é olhar para além do problema"


"Algo tem de ser feito, com urgencia", disse o vice-presidente do Associação Paulista de Imprensa nesse comentário ao Notícias Agrícolas. (veja acima).


SAIBA MAIS: 

1. Quarentena horizontal (todos em casa) = achatamento da curva de contágio = previsão de quebra da economia em 2 semanas;
2. Quarentena vertical (apenas as pessoas de risco ficam em casa, as demais seguem vida normal) = nó econômico se desfaz = a curva de contágio se estende por 30 dias. 

RESUMO


1. Pessoas fora dos grupos de risco deveriam voltar ao trabalho, para o país não falir;
2. Quem é grupo de risco (pessoas acima de 60 anos, gestantes, com baixa imunidade, pressão alta, diabéticos, com câncer, etc), devem permanecer em isolamento.

MÁ INTERPRETAÇÃO

1. O Presidente não conclamou a volta indiscriminada ao trabalho; 
2. A auto referência do Presidente nada acrescenta nada ao debate.

OU SEJA: 

- saudáveis trabalhando.

- grupos de risco isolados.



Nota: 

Matéria originalmente publicada no site Notícias Agrícolas in
https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/politica-economia/255477-e-preciso-um-plano-para-tirar-os-brasileiros-do-isolamento-e-do-caos-e-evitar-os-saques.html#.XnwYjohKhqP





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