Manifestações políticas esquerdistas, autorizadas na favela de Heliópolis, revelam o engajamento do PCC na oposição ao novo governo Bolsonaro
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| Manifestação ou medo? Moradores da favela Heliópolis participam de ato de apoio ao PT na véspera das eleições presidenciais, em São Paulo. |
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
A favela de Heliópolis, situada no bairro do Sacomã, sudeste de São Paulo, é um enorme conglomerado dominado por traficantes de droga alinhados com a facção Primeiro Comando da Capital - PCC. Na comunidade, só faz campanha política quem mantém relações com a criminalidade. Manifestações, de reunião política a apresentação artística, são ali efetuadas sob "licença" dos manos.
No sábado, véspera das eleições presidenciais do segundo turno de 2018, a mídia foi surpreendida por uma enorme manifestação "pró-Haddad", organizada na favela de Heliópolis, uma das maiores da capital paulista.
Vale dizer, ao arrepio da lei e sem concordância oficial, o candidato do PT recebeu apoio por meio de uma "manifestação voluntária" da população de Heliópolis "contra o fascismo"...
Porém, a "ordem" da manifestação "contra o fascismo" nada teve de democrática. Seguindo a lógica de controle territorial, é notório que o crime organizou o apoio, e "democraticamente" mobilizou os moradores.
Não houve democracia neste ato. Apenas o peso massacrante do crime politicamente engajado.
O fato revelou a medida do desespero que tomou conta da criminalidade, face ás mudanças que devem vir com a eleição de Bolsonaro.
O "engajamento" á esquerda obedece o interesse econômico da facção criminosa. A expectativa da criminalidade ficou expressa com a manifestação - deixar tudo exatamente como está.
De fato, investigações da Polícia Civil paulista comprovaram que que 80% da renda do PCC provém do tráfico de drogas. A cúpula da facção criminosa investiu forte na distribuição de cocaína, a ponto de "dispensar" o comércio da maconha.
A facção tornou-se atacadista e assumiu o monopólio da droga, obrigando os donos dos pontos-de-venda a comprar seu produto mesmo cientes que o preço e a qualidade da droga entregue "não são dos melhores existentes no mercado".
Essa ação de poderio econômico monopolista conta com o apoio firme e armado dos soldados da facção. O esquema há muito fugiu do campo da criminalidade comum para assumir caráter paramilitar. Tal como ocorre nos esquemas dos cartéis latino-americanos o controle territorial dos pontos de droga implica no controle político-ideológico de toda a comunidade de entorno. Quem não compra a droga oferecida pelo cartel e não obedece as orientações de controle territorial, assume o risco da recusa. Quem adquire a droga da facção ganha proteção. Quem se engaja no apoio do controle territorial, ganha poder.
O envolvimento do PCC com as drogas tem duas vertentes:
1- Uma é organização do cartel por meio da filiação coercitiva dos donos de pontos-de-venda em regiões específicas, com o controle do entorno. Na Capital paulista, o destaque dessa estrutura ocorre nas favelas do Jardim Elba (zona leste de São Paulo), Heliópolis (zona sul) e Paraisópolis (zona sul) . Em todas essas favelas, a atuação de organizações "de direitos humanos" e ação partidária esquerdista é evidente e articulada ostensivamente com essa atividade.
2- A outra vertente é concentrada e estrategicamente preservada pela cúpula da organização. É o esquema de distribuição mantido pelo comando da organização, chamado "bicho-papão". Tal como em uma corporação multinacional, esse esquema rende dividendos exclusivos aos diretores e envolve as decisões estratégicas de investimento e risco. Entre os líderes do PCC, essa vertente do tráfico é tratada simplesmente como "o progresso".
A única saída para o combate duro á esse esquema tentacular e de controle territorial, é aliar as forças de segurança com apoio militar estratégico, apoiados em grupos interdisciplinares com firme apoio jurídico e tutela especial por meio de legislação especial. Assim, por meio de firme ação de inteligência e operações desenvolvidas com máxima eficácia - vale dizer: identificação, cerco e destruição, pode-se retomar o controle do Estado e pulverizar o esquema criminoso, reduzindo a sua periculosidade e capacidade organizacional.
Essa guerra é assimétrica, envolve portanto aspectos que refogem ás táticas de repressão e confronto policiais ou militares, envolvem questões institucionais, proselitismo político e conflitos legais.
A "lawfare" constitui o grande bastião - contra ou a favor do combate ao crime organizado. Dependerá do nível de engajamento dos agentes públicos encarregados de implementar a lei e da organização vigilante da sociedade civil - refletida na opinião pública. É nesse conflito que o crime organizado se articula com a esquerda e investe todas as fichas - pois no campo da lawfare, usa e abusa da manipulação dos institutos e instituições de proteção aos "direitos humanos", "garantias individuais", "direito de defesa", "abolicionismo penal", "humanização dos presídios" e outros conceitos ideologicamente manipulados que reduzem a capacidade de punir do Estado e de reprimir das forças de segurança.
Não se trata, portanto, de "engajamento ideológico" com a esquerda. A manifestação de apoio ao PT... na favela Heliópolis, revela interesse em algo mais grave: uma política de impunidade em desfavor do Brasil.
Essa guerra é assimétrica, envolve portanto aspectos que refogem ás táticas de repressão e confronto policiais ou militares, envolvem questões institucionais, proselitismo político e conflitos legais.
A "lawfare" constitui o grande bastião - contra ou a favor do combate ao crime organizado. Dependerá do nível de engajamento dos agentes públicos encarregados de implementar a lei e da organização vigilante da sociedade civil - refletida na opinião pública. É nesse conflito que o crime organizado se articula com a esquerda e investe todas as fichas - pois no campo da lawfare, usa e abusa da manipulação dos institutos e instituições de proteção aos "direitos humanos", "garantias individuais", "direito de defesa", "abolicionismo penal", "humanização dos presídios" e outros conceitos ideologicamente manipulados que reduzem a capacidade de punir do Estado e de reprimir das forças de segurança.
Não se trata, portanto, de "engajamento ideológico" com a esquerda. A manifestação de apoio ao PT... na favela Heliópolis, revela interesse em algo mais grave: uma política de impunidade em desfavor do Brasil.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API, é Editor - Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle View.
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