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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

UM HERÓI DE VERDADE: ÓSCAR PÉREZ !

Num continente  desacostumado a ver atitudes corajosas, o exemplo de Óscar Pérez assombra as instituições


O exemplo de Óscar Pérez:  se um cidadão, com coragem, pode muito contra um regime, o que se dirá de uma multidão...



Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro


" Morreremos de pé defendendo a nossa terra, mas nunca de joelhos diante dos tiranos ". Essa frase é de Óscar Pérez, um homem que honrou as calças que vestiu, que viveu com honra e morreu de pé.

Em um continente desacostumado a presenciar atos de coragem, gente como Óscar Pérez assombra todas as instituições.

Óscar Pérez era inspetor da polícia científica, paraquedista, mergulhador de combate e também ator. Ganhou fama como protagonista do filme venezuelano "Muerte Suspendida" (Morte suspensa),  produzido em 2015, baseado no caso real de um empresário português em Caracas, e sua libertação pela tropa de elite policial 11 meses depois.

Bem posicionado na mídia, Óscar Pérez, ao contrário de muitos profissionais do mundo artístico, não se deixou seduzir pelas benesses das verbas oficiais fornecidas pelo governo esquerdista venezuelano. Tratou de rapidamente se posicionar como cidadão, utilizando o que ainda parece fora de controle do Estado bolivariano: as redes sociais na internet.

Com uma conta ativa na rede social Instagram (@oscarperezgv), Pérez editou seu espaço com os dizeres: "Venezuela, minha nação, minha paixão". Ali, ganhou um público fiel que admirava suas postagens e fotos, com armas e equipamentos que utilizava em seu trabalho e ações de caridade com crianças com câncer.

Pérez também era um irmão Maçom. Iniciado na Ordem e aprendiz,  levava a sério os fundamentos e objetivos do movimento responsável pela libertação do continente americano e defesa da liberdade.

Consciente, porém,  do estado de miséria do povo venezuelano, resolveu reagir. Posicionou-se corajosamente em franca oposição ao regime. 

Foi então que o herói percebeu sua solidão. Atestou pessoalmente que uma sociedade acostumada à covardia jamais pode construir uma resistência que dure.  

Óscar testemunhou a tibieza dos partidos de oposição venezuelanos, a covardia instalada dentro da própria ordem maçonica, e a dificuldade de arregimentar funcionários de um Estado que troca alimentação por obediência servil.  

Mesmo assim, tratou de pessoalmente, contando com a cumplicidade de um punhado de resistentes, roubar um helicóptero da polícia bolivariana,  para com ele disparar dezenas de tiros contra o prédio do Ministério de Relações Interiores, Justiça e Paz, no momento em que ali ocorria um evento hipócrita em comemoração do "Dia Nacional do Jornalista".

Em seguida, Pérez seguiu com o helicóptero até a sede do Tribunal Superior de Justiça e ali lançou quatro granadas, interrompendo a sessão do órgão - conhecido pela submissão de seus vermes togados ao regime de Maduro. 

Durante o bombardeio,  Óscar Pérez postava no Instagram  o vídeo documentando a ação. 

Posteriormente, Óscar gravou um vídeo  conclamando o povo a reagir contra o regime.   “Somos uma coalização entre miliares, policiais e civis, buscando o equilíbrio contra este governo transitório criminoso. Não pertencemos a tendência política ou partidária. Somos nacionalistas, patriotas e institucionalistas”, declarou Pérez.

Foi a gota d'água para que se iniciasse uma caçada implacável aos resistentes. E foi em meio à essa luta que o governo sujo do narcoditador Maduro fez uso de todo tipo de manobra diversionária, inclusive prender o abilolado ativista brasileiro Jonatan, acusando-o de ser um "agente estrangeiro".

A notícia de sua morte, portanto, já era esperada. 

Um comunicado da Força de Ação Especial bolivariana (Faes), informava que se processara um cerco  à casa de Óscar Pérez,  na terça feira do dia 16 de janeiro de 2018, confirmando sua morte.

Na maçonaria venezuelana - praticando a luta pela liberdade, contra toda tirania.

Detalhe: Pérez morreu em casa... Não fugiu, e ainda gravou um vídeo mostrando claramente que, apesar de estar informando que se entregaria aos policiais, para proteger civis, mulheres e crianças que estavam na casa, tinha por resposta dos que o cercavam que o objetivo da tropa era executá-lo. 

No vídeo nota-se o som dos projéteis disparados por franco-atiradores que, á distância, procuravam  expressamente atingí-lo.

Não havia dúvidas que o resultado da operação seria a morte do herói. 

O ex-prefeito de Caracas e líder opositor em exílio, Antonio Ledezma disse que a execução de Pérez foi realizada sob ordens expressas de Maduro:
“Óscar Pérez foi executado por ordens de Maduro. Esse capítulo se soma ao expediente que circula no Tribunal de Haia, esperando uma sentença contra os que aplicam a pena de morte. Peço ao povo que, em homenagem a estes mártires, não decline na sua luta.”
Tombado de pé, Óscar Pérez, um maçon fiel à luta pela liberdade, é o verdadeiro herói nacional da Venezuela. 

A maçonaria venezuelana, buscando se redimir, ainda que pressionada pelos vermes da ditadura, emitiu um comunicado aparentemente dúbio, mas que não deixa dúvidas a quem tem um mínimo de percepção: 
"A la espera de confirmar su membresía, lo que es evidente es que un Q.·.H.·. ha fallecido, lo que provoca el grito de ¡¡¡DOLOR, DOLOR, DOLOR!!!. La Cadena de Unión ha quedado rota."
Pérez foi executado pelo estrume de bigode chamado Maduro. Os executores foram os excrementos em forma humana - milicianos bolivarianos que não valem as solas sujas das botas que calçam.

Não há mais espaço para contemporização.  Os vermes assassinos que ocupam o poder na Venezuela devem ser erradicados.  Porém, ainda contam com o silêncio cúmplice, covarde e solidário, dos moluscos privados de coluna vertebral que parasitam a imprensa latinoamericana, a esquerda putrefata e seus governos desprezíveis.

Toda essa corja populista tem destino: a latrina da história. 

O tempo é implacável e Maduro tem seus dias contados. A narcoditadura venezuelana morrerá no esquecimento e Pérez permanecerá vivo na memória latinoamericana.

Cabe, no entanto, um alerta: Essa realidade miserável ainda representa perigo para o Brasil. Ela continua sendo uma ameaça e assombrará nosso futuro se não nos livrarmos de todas as maçãs podres que contaminam nossas instituições.

O exemplo de Pérez inquieta muita gente, dentro e fora da Venezuela. Revela que se um cidadão, munido de coragem, pode muito contra um regime desprezível, o que se dirá de uma multidão...







Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB.  É  Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle View.










Um comentário:

  1. Em breve irmão, neste 2022, bicentenário de nossa independência, esteja atento... Como General Maximus Decimus Meridius disse: "Terei minha vingança, nessa vida ou na próxima." Assim estamos nós, teremos nossa merecida e definitiva Liberdade, nessa vida ou na Próxima!. "O que fazemos em vida... ...Ecoa pela Eternidade!" Sou neto de um grande mestre .'.33 com muito orgulho... O Maximus potencial do ser humano irá vencer os Comodus da Tirania...

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