O Brasil Entre o Sistema CIPS e o Cerco Geoeconômico sob Trump
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Introdução
Com a ascensão de sistemas financeiros alternativos como o CIPS — infraestrutura chinesa que rivaliza com o SWIFT — desenha-se um novo mapa geoeconômico, onde o Brasil emerge como campo de batalha entre hegemonias financeiras.
A metáfora do “ladrão hídrico de divisas” ilustra o fenômeno: fluxos que correm subterraneamente, escapando ao radar do dólar e aos mecanismos ocidentais de controle.
Se tal transição se consolidar, um eventual governo Trump poderá reagir com força, aplicando sanções, revisões sistêmicas e bloqueios diplomáticos, convertendo o Brasil em peça-chave de um xadrez hostil.
O Avanço Paralelo: CIPS e a Nova Ordem de Liquidação
O CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), promovido pela China, oferece liquidações em yuan sem depender do dólar.
É a espinha dorsal da estratégia de bypass do sistema SWIFT — e, por extensão, das sanções ocidentais.
Ao ser adotado em território brasileiro (via fintechs ou agentes estatais), insere o país numa rota de divisas obscura e não homologada por protocolos da OCDE e do FMI.
O “Ladrão de Divisas”: Uma Ameaça à Higidez Financeira
A adoção desse sistema destrói décadas de avanços do sistema financeiro internacional contra a corrupção, a lavagem de dinheiro, o crime organizado e o terrorismo internacional.
Ao desviar fluxos cambiais para trilhas sem rastreabilidade dolarizada:
Dilui-se o poder coercitivo das sanções americanas.
Enfraquece-se o controle do Tesouro dos EUA sobre transações internacionais.
O Brasil passa a ser visto como jurisdição facilitadora de transações opacas.
A Reação Trumpista: Cenário Provável
O governo Republicano dos EUA não apenas segue o combate à corrupção, ao narcotráfico e ao terrorismo... como tradicionalmente incrementa esse enforcement.
Sob Trump, o aparato geoeconômico americano tende a:
Reativar a doutrina das sanções secundárias (penalizando empresas e países conectados ao CIPS).
Aplicar auditorias severas sobre a higidez financeira brasileira, com apoio da FATF e do OFAC.
Adotar bloqueios financeiros preventivos, pressionando bancos e fintechs em território brasileiro.
Implementar a Seção 301, para aprofundar a investigação das atividades econômicas ilícitas do Estado Brasileiro e vinculação de seus agentes.
A Crise no Mercado Financeiro Consolidado
Grandes bancos brasileiros, historicamente alinhados ao sistema SWIFT - muitos deles "apoiadores do governo esquerdista do Brasil... parecem estar prestes a sofrer um golpe geoestratégico com profundos efeitos.
Nesse contexto, Bancos brasileiros enfrentam:
Dupla conformidade regulatória, elevando os custos operacionais.
Risco de rompimento de contratos internacionais.
Pressão reputacional por manter canais com moedas não homologadas.
Além disso, a fragmentação entre o sistema bancário formal e as novas trilhas opacas impõe uma descredibilização sistêmica da moeda brasileira e dos ativos nacionais.
Dumping Regulatório e Fintechs Ideológicas
Na verdade, a prometida "rebancarização" do sistema financeiro, tão desejada pelos grandes bancos, incomodados com a flexibilização ocorrida na gestão da economia promovida por Paulo Guedes, foi adiada pelo regime petista... para permitir a virada do leme em direção ao "Eixo do Mal".
Senão vejamos:
Fintechs promovidas por agentes ligados ideologicamente ao governo atual praticam:
Dumping regulatório — operando fora do escopo do Banco Central.
Captura de incentivos estatais via conexões políticas.
Atuação sem aderência aos padrões internacionais de supervisão e compliance.
Inspiradas no modelo chinês, essas estruturas ampliam:
A vulnerabilidade jurídica do sistema financeiro.
A desconfiança dos parceiros estrangeiros.
A margem para corrupção institucionalizada.
Submissão Financeira e Colonização Tecnocrática
De fato, o sistema financeiro do Brasil, ao "optar" pelo regime juristocrático-lulista, cavou sua própria cova... e permitiu que o País se precipitasse para fora do sistema financeiro ocidental.
A integração brasileira ao modelo sino-centralizado traz:
Perda de autonomia na gestão cambial.
Risco de implantação de infraestruturas regulatórias estrangeiras.
Dependência tecnológica e sistêmica da economia chinesa.
Essa submissão não é apenas monetária — é estrutural e institucional.
Terra Sem Lei: O Paraíso das Organizações Criminosas
De fato, o Brasil pode virar uma "terra sem lei".
A ausência de interoperabilidade com sistemas ocidentais facilita:
Lavagem de dinheiro via canais alternativos.
Operações anônimas de cartéis e grupos ilícitos.
Expansão de um submundo financeiro paralelo, blindado contra auditorias internacionais.
América Latina em Reconfiguração
A China avança na criação de zonas francas sem supervisão democrática.
Exporta soft power regulatório, replicando modelos de controle institucional sobre infraestrutura, tecnologia e capital.
O Brasil corre o risco de ser integrado à nova malha tecnocrática, afastada dos valores democráticos ocidentais.
Os agentes "ponta de lança" da investida chinesa têm nome e endereço, mas sua estrutura e propósitos ainda vigoram na neblina.
A Opacidade da Introdução Via Aparelhamento Ideológico e Captura Financeira
A entrada silenciosa do sistema CIPS no Brasil, assim, acontece de modo:
Não transparente, sem debate público ou supervisão técnica plena.
Orquestrado por agentes políticos e empresariais ligados ao espectro ideológico progressista, com discurso geoeconômico alinhado à desdolarização e ruptura institucional.
Essa manobra revela uma tentativa de reconfiguração silenciosa da soberania financeira brasileira — sob direção ideológica alinhada ao ‘eixo do mal’.
É fato que as fintechs envolvidas, por atuarem próximas a uma estrutura cooperativa:
São beneficiárias de incentivos estatais sem critérios auditáveis.
Apresentam vínculos com ideólogos anticapitalistas e defensores de regimes autocráticos.
Constroem canais de escoamento financeiro paralelos, fora do alcance das autoridades internacionais e dos órgãos brasileiros de controle.
Trata-se, portanto, de uma captura estratégica — cujo objetivo é:
Enfraquecer os vínculos do Brasil com o Ocidente.
Consolidar uma nova malha de influência sobre ativos, moedas e instituições nacionais.
Converter o país em terminal periférico do bloco autoritário sino-russo-iraniano.
Conclusão Estratégica
O Brasil vive um dilema geoeconômico entre:
Ser ponte de equilíbrio entre sistemas divergentes;
Ou se tornar alvo de contenção financeira e desconfiança diplomática.
A ascensão de sistemas alternativos é inevitável — mas exige discernimento institucional, governança transparente e posicionamento estratégico claro.
A questão é grave, envolve desde a juristocracia tupiniquim à organização criminosa do PCC, passando pela "implosão" do Sistema Financeiro Nacional do Brasil.
Nota:
Artigo baseado nas informações colhidas pelo Relatório AICA sobre a entrada dos cartões chineses no Brasil.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Fundador do escritório Pinheiro Pedro Advogados, é Diretor da AICA - Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, membro do Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, membro do IBRACHINA Smart City Council e Coordenador do Centro de Estudos Estratégicos do Think Tank Iniciativa DEX. Pinheiro Pedro preside a tradicional Associação Universidade da Água - UNIÁGUA, e é Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. Como jornalista é Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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