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terça-feira, 29 de julho de 2025

Divisas em Rota Alternativa para o Eixo do Mal?

 

O Brasil Entre o Sistema CIPS e o Cerco Geoeconômico sob Trump



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Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro



Introdução


Com a ascensão de sistemas financeiros alternativos como o CIPS — infraestrutura chinesa que rivaliza com o SWIFT — desenha-se um novo mapa geoeconômico, onde o Brasil emerge como campo de batalha entre hegemonias financeiras. 


A metáfora do “ladrão hídrico de divisas” ilustra o fenômeno: fluxos que correm subterraneamente, escapando ao radar do dólar e aos mecanismos ocidentais de controle.


Se tal transição se consolidar, um eventual governo Trump poderá reagir com força, aplicando sanções, revisões sistêmicas e bloqueios diplomáticos, convertendo o Brasil em peça-chave de um xadrez hostil.



O Avanço Paralelo: CIPS e a Nova Ordem de Liquidação


É muito importante compreender como o sistema chinês "contorna" a estrutura ocidental de manutenção da higidez das finanças internacionais.

Senãovejamos: 

  • O CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), promovido pela China, oferece liquidações em yuan sem depender do dólar.

  • É a espinha dorsal da estratégia de bypass do sistema SWIFT — e, por extensão, das sanções ocidentais.

  • Ao ser adotado em território brasileiro (via fintechs ou agentes estatais), insere o país numa rota de divisas obscura e não homologada por protocolos da OCDE e do FMI.



O “Ladrão de Divisas”: Uma Ameaça à Higidez Financeira


A adoção desse sistema destrói décadas de avanços do sistema financeiro internacional contra a corrupção, a lavagem de dinheiro, o crime organizado e o terrorismo internacional.


Ao desviar fluxos cambiais para trilhas sem rastreabilidade dolarizada:


  • Dilui-se o poder coercitivo das sanções americanas.

  • Enfraquece-se o controle do Tesouro dos EUA sobre transações internacionais.

  • O Brasil passa a ser visto como jurisdição facilitadora de transações opacas.



A Reação Trumpista: Cenário Provável


O governo Republicano dos EUA não apenas segue o combate à corrupção, ao narcotráfico e ao terrorismo... como tradicionalmente incrementa esse enforcement.


Sob Trump, o aparato geoeconômico americano tende a:


  • Reativar a doutrina das sanções secundárias (penalizando empresas e países conectados ao CIPS).

  • Aplicar auditorias severas sobre a higidez financeira brasileira, com apoio da FATF e do OFAC.

  • Adotar bloqueios financeiros preventivos, pressionando bancos e fintechs em território brasileiro.

  • Implementar a Seção 301, para aprofundar a investigação das atividades econômicas ilícitas do Estado Brasileiro e vinculação de seus agentes. 


Ou seja. Fugir do Swift... significa declarar guerra à Governança Financeira do Ocidente.



A Crise no Mercado Financeiro Consolidado


Grandes bancos brasileiros, historicamente alinhados ao sistema SWIFT - muitos deles "apoiadores do governo esquerdista do Brasil... parecem estar prestes a sofrer um golpe geoestratégico com profundos efeitos.


Nesse contexto, Bancos brasileiros enfrentam:


  • Dupla conformidade regulatória, elevando os custos operacionais.

  • Risco de rompimento de contratos internacionais.

  • Pressão reputacional por manter canais com moedas não homologadas.


Além disso, a fragmentação entre o sistema bancário formal e as novas trilhas opacas impõe uma descredibilização sistêmica da moeda brasileira e dos ativos nacionais.



Dumping Regulatório e Fintechs Ideológicas


Na verdade, a prometida "rebancarização" do sistema financeiro, tão desejada pelos grandes bancos, incomodados com a flexibilização ocorrida na gestão da economia promovida por Paulo Guedes, foi adiada pelo regime petista... para permitir a virada do leme em direção ao "Eixo do Mal".


Senão vejamos:


Fintechs promovidas por agentes ligados ideologicamente ao governo atual praticam:


  • Dumping regulatório — operando fora do escopo do Banco Central.

  • Captura de incentivos estatais via conexões políticas.

  • Atuação sem aderência aos padrões internacionais de supervisão e compliance.


Inspiradas no modelo chinês, essas estruturas ampliam:


  • A vulnerabilidade jurídica do sistema financeiro.

  • A desconfiança dos parceiros estrangeiros.

  • A margem para corrupção institucionalizada.



Submissão Financeira e Colonização Tecnocrática


De fato, o sistema financeiro do Brasil, ao "optar" pelo regime juristocrático-lulista, cavou sua própria cova... e permitiu que o País se precipitasse para fora do sistema financeiro ocidental.


A integração brasileira ao modelo sino-centralizado traz:


  • Perda de autonomia na gestão cambial.

  • Risco de implantação de infraestruturas regulatórias estrangeiras.

  • Dependência tecnológica e sistêmica da economia chinesa.


Essa submissão não é apenas monetária — é estrutural e institucional.



Terra Sem Lei: O Paraíso das Organizações Criminosas


De fato, o Brasil pode virar uma "terra sem lei". 


A ausência de interoperabilidade com sistemas ocidentais facilita:


  • Lavagem de dinheiro via canais alternativos.

  • Operações anônimas de cartéis e grupos ilícitos.

  • Expansão de um submundo financeiro paralelo, blindado contra auditorias internacionais.



América Latina em Reconfiguração


Os efeitos geopolíticos são enormes. E justificam a preocupação norte anericana.

Senão vejamos:

  • A China avança na criação de zonas francas sem supervisão democrática.

  • Exporta soft power regulatório, replicando modelos de controle institucional sobre infraestrutura, tecnologia e capital.

  • O Brasil corre o risco de ser integrado à nova malha tecnocrática, afastada dos valores democráticos ocidentais.


Os agentes "ponta de lança" da investida chinesa têm nome e endereço, mas sua estrutura e propósitos ainda vigoram na neblina. 



A Opacidade da Introdução Via  Aparelhamento Ideológico e Captura Financeira


A entrada silenciosa do sistema CIPS no Brasil, assim, acontece de modo:


  • Não transparente, sem debate público ou supervisão técnica plena.

  • Orquestrado por agentes políticos e empresariais ligados ao espectro ideológico progressista, com discurso geoeconômico alinhado à desdolarização e ruptura institucional.


Essa manobra revela uma tentativa de reconfiguração silenciosa da soberania financeira brasileira — sob direção ideológica alinhada ao ‘eixo do mal’.


É fato que as fintechs envolvidas, por atuarem próximas a uma estrutura cooperativa:


  • São beneficiárias de incentivos estatais sem critérios auditáveis.

  • Apresentam vínculos com ideólogos anticapitalistas e defensores de regimes autocráticos.

  • Constroem canais de escoamento financeiro paralelos, fora do alcance das autoridades internacionais e dos órgãos brasileiros de controle.


Trata-se, portanto, de uma captura estratégica — cujo objetivo é:


  • Enfraquecer os vínculos do Brasil com o Ocidente.

  • Consolidar uma nova malha de influência sobre ativos, moedas e instituições nacionais.

  • Converter o país em terminal periférico do bloco autoritário sino-russo-iraniano.



Conclusão Estratégica


O Brasil vive um dilema geoeconômico entre:


  1. Ser ponte de equilíbrio entre sistemas divergentes;

  2. Ou se tornar alvo de contenção financeira e desconfiança diplomática.


A ascensão de sistemas alternativos é inevitável — mas exige discernimento institucional, governança transparente e posicionamento estratégico claro.


A questão é grave, envolve desde a juristocracia tupiniquim à organização criminosa do PCC,  passando pela "implosão" do Sistema Financeiro Nacional do Brasil.




Nota:

Artigo baseado nas informações colhidas pelo Relatório AICA sobre a entrada dos cartões chineses no Brasil.





Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Fundador do escritório Pinheiro Pedro Advogados, é Diretor da AICA - Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental,  membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, membro do Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, membro do IBRACHINA Smart City Council e Coordenador do Centro de Estudos Estratégicos do Think Tank Iniciativa DEX. Pinheiro Pedro preside a tradicional Associação Universidade da Água - UNIÁGUA, e é Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. Como jornalista é Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View. 





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