O 9 DE JULHO DE TODOS OS ANOS

 

NA DATA DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 - EMITO ESSA NOTA NÃO OFICIAL PARA REPUDIAR O ATAQUE À LIBERDADE...

É noite de 9 de Julho. 

Não poderia deixar a data passar sem me pronunciar como jornalista e membro - com muito orgulho, da Associação Paulista de Imprensa -  filha da Revolução Constitucionalista de 1932. A API foi fundada pelos jornalistas de São Paulo, engajados na luta em prol de uma Constituição Livre e Democrática para o Brasil.

O fundador e primeiro presidente da API foi Guilherme de Almeida, príncipe dos poetas paulistas e exemplo para o jornalismo bandeirante. 

A defesa da liberdade de imprensa e da Constituição, portanto, constituem princípios indissociáveis da nossa atividade como jornalistas de São Paulo e... de nossa mais tradicional entidade.

No momento em que se comemora mais um ano  da histórica Revolução Paulista, em prol de um Brasil livre e democrático, como jornalista, editor-chefe há trinta anos de uma mídia ativa e digna - o Portal Ambiente Legal, responsável por um Blog ativo e despretencioso - The Eagle View,  Vice-Presidente e diretor da  Associação Paulista de Imprensa, com a devida venia de nossos amigos dirigentes, venho declarar meu repúdio à grande ameaça ao Estado Democrático de Direito, representada pelo ativismo judicial,  pela judicialização da política nacional e, sobretudo, pela monstruosa repressão e censura à liberdade  de imprensa, expressão e manifestação, encetadas por operadores da Justiça que mancham a sobriedade e neutralidade da toga com as cores do proselitismo ideológico, dissimulado por meio de decisões atrabiliárias e monocráticas, que ferem a colegialidade dos Tribunais e a segurança jurídica da República.

Pior é observar, neste momento de  intensas transformações tecnológicas, intenso trânsito de informações e popularização dos meios de comunicação digitais, a mídia nacional, herdeira de Líbero Badaró, totalmente contaminada pelo adesismo, pela censura ideológica e pela segregação sistemática dos discordantes do rebanho conduzido pelas mãos endinheiradas do establishment.

Parece ser hora, portanto, de invocar o espírito da revolução de 1932, para resgatar as instituições permanentes da Nação, esgarçadas pela ação deletéria da desagregação ideológica, da corrupção epidêmica e pelo ativismo sem freios, que contaminam a Administração Pública brasileira nos três poderes que a constituem.

É hora, sobretudo, de resgatar o verdadeiro espírito do jornalismo, da reportagem, da análise crítica e desengajada e o compromisso inarredável com a verdade. 

São Paulo, 9 de julho de todos os anos... desde 1932.

Antonio Fernando Pinheiro Pedro