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sábado, 23 de fevereiro de 2019

COM MADURO NA VENEZUELA, RESTAM AS PIORES OPÇÕES

A crise e o risco de conflito bélico no caminho de Maduro. Será preciso acionar a descarga...


Maduro recorre às milícias paramilitares e ao exército, para não cair...



Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro


Nicolás Maduro,  não é mais presidente da Venezuela -  é um usurpador criminoso que fraudou eleições, ignora a justiça e o Poder Legislativo constitucionais. 

Maduro agarra-se a uma interminável "assembleia constituinte" incapaz de ler uma cartilha de alfabetização. Detém o controle de um judiciário presidido por um ex-policial e homicida condenado, que se formou em direito enquanto cumpria pena na prisão e mantém-se suportado por um estamento fardado indigno da honra militar, refém de comandantes-traficantes, milicianos  famélicos e  quadros corruptos. 

Com esse aparato formado por marginais, Maduro reprime manifestações populares e retarda o acionamento da descarga sanitária que o descolará do poder. 


Desonra militar


As forças armadas venezuelanas são uma desonra militar. Possuem o triplo de generais que o Reich alemão na segunda guerra mundial, para comandar efetivo vinte vezes menor. Esses oficiais recebem polpudos salários, mantém cargos em empresas estatais sucateadas, submetem-se ao tráfico de drogas e permanecem vigiados diuturnamente por dezenas de milhares de "sombras" cubanas - oficiais do exército de Cuba lotados no governo de Maduro, encarregados de manter a Venezuela sob estrito domínio do partido comunista cubano. 

Cuba depende da manutenção da Venezuela sob seu domínio, pois dali extrai todo óleo bruto que necessita para manter a ilha abastecida, além de sugar todos os recursos ali disponíveis. Em troca, mantém o comando venezuelano sob estreita vigilância pessoal.  
  
Temeroso, porém,  de perder o apoio das forças armadas, Maduro aumenta escandalosamente o efetivo de sua milícia paramilitar - evitando ao máximo o contato dos soldados regulares com a população miserável cujas manifestações de protesto trata de reprimir de forma violenta e desumana. 

Essas milícias são formadas por miseráveis que não têm outra opção de sustento para si e seus familiares que não pelo uso da farda.  Usados para atemorizar a população e reprimir manifestações, esses celerados armados também se dedicam a assaltar civis nas horas vagas e comparecer a eventos programados pelo governo, para fazer número e gritar palavras de ordem. 

Por outra via, compreendendo que sem um "inimigo externo" não manterá capacidade de mobilização, Maduro intenta criar um conflito com seus vizinhos - Colômbia e Brasil, esperando dessa forma atrair a ameaça bélica Norte-Americana. 

O narco ditador, porém,  não tem qualquer condição estrutural para sustentar um conflito bélico. Seu aparato militar é altamente dependente da Rússia e da China - que têm interesse em vender e nenhum interesse em manter o que vendem funcionando...  

A força militar venezuelana é uma sucata de luxo, sem capacidade de se mover, navegar ou voar.  Se for realmente agir, será por ter sido mimetizada por forças militares estrangeiras, abastecidas pela China e Russia e  compostas por cubanos. 


Falta tudo na Venezuela



Um país dependente



Após anos de regime esquerdopata, a Venezuela quebrou. Tornou-se um país miserável - um mendigo com chagas expostas sentado em barris de petróleo. Falta tudo: de energia a cerveja, passando por papel higiênico, remédios e alimentos básicos.

A economia venezuelana movimenta-se apenas dois dias por semana - no mais, o país permanece literalmente no escuro. A crise de energia revela o apagão administrativo, orientado hoje pelo despreparo e a incompetência, a corrupção e a burrice.

Embora a Venezuela se afogue em petróleo, sua sucateada estatal perde progressivamente a capacidade de extração. Ademais, o país não tem qualquer possibilidade de refino. A Venezuela exporta óleo cru para importar gasolina. 

Vergonhoso paradoxo: os Estados Unidos, considerado inimigo dos bolivarianos, é o grande importador do petróleo venezuelano e o maior exportador da gasolina para a Venezuela. Os EUA são responsáveis por dois terços do combustível importado pela Venezuela. 

A Venezuela também importa nafta, outra matéria-prima necessária para processamento do óleo cru venezuelano (extremamente viscoso). Com as contas da estatal PDVSA confiscadas nos EUA, a Venezuela vive um apagão no abastecimento de gasolina, com evidentes reflexos na sua própria capacidade militar de deslocamento. 

Tudo isso só amplia as ruínas da economia venezuelana.

A ditadura bolivariana mantém-se sob um Estado de Emergência Econômica, instrumento de exceção que dá poderes especiais a Maduro para suspender a ordem constitucional. Foi montado nesse estado de exceção que o ditador cortou relações com a Colômbia e fechou a fronteira terrestre com o Brasil. Dessa forma tenta impedir a entrada de comboios humanitários, com ajuda de mantimentos e remédios, mantendo a população em estado infecto e famélica. 

Além de incompetentes, os administradores bolivarianos mentem para si próprios, acalentados pelos insistentes discursos ufano-imbecis de seu ditador para uma plateia de milicianos uniformizados (ou trajados com camisetas vermelhas). 


A miséria é a grande estratégia eleitoral bolivariana

O clamor popular e baixa moral


O ditador não irá durar. Na latrina em que foi transformada a Venezuela, a descarga libertadora será disparada por dentro ou por fora do País. 

O clamor popular pode ser silenciado á força, mas não deixa de gritar na consciência nacional. 

A polícia de Maduro está com a moral visivelmente baixa. Utilizada como papel higiênico, reprime as manifestações que se espalham por todo o país com visível hesitação - alternando barbárie com confusão. 

A crise se agrava, na medida em que Juan Guaidó, presidente da Assembléia Nacional Venezuelana, e nesta condição proclamado Presidente da República, tenta arregimentar forças e faz campanha para demover o que resta de hombridade às forças armadas a seguir apoiando o estrume de bigode bolivariano.  

É crescente o volume de cidadãos venezuelanos nas ruas, protestando contra o governo e a favor da ajuda internacional, 


O Enigma de Cabello


O atabalhoado Maduro, como se sabe, é um fantoche de Diosdado Cabello - o verdadeiro herdeiro político de Hugo Chaves. 

Cabello é mentor do sistema de articulações políticas que formou a rede de relacionamentos envolvendo narco-guerrilhas, movimentos sociais, como o MST brasileiro e partidos de esquerda sul-americanos. Foi esta mesma rede, aliás, que enredou toda a política internacional petista, nos governos Lula-Dilma...

Diosdado Cabello  tinha boas relações com Dilma... tanto quanto com o narcotráfico

Lula e Dilma financiaram a latrina venezuelana, com o dinheiro do povo brasileiro. 

Cabello, no entanto, permanece como homem-chave na provável transição entre Maduro e Guaidó. Ele é o verdadeiro poder Chavista e o grande inimigo da oposição venezuelana. Se ele se curvar, o governo cai. 

De fato,  uma negociação via Cabello é considerada pela inteligência internacional, na busca de se evitar a solução bélica. 

Há necessidade regional de tapar o nariz e construir pontes, visando encontrar uma saída para que Maduro seja defenestrado sem que seus seus carrascos temam retaliações. Isso vale para a diplomacia e para quase todo  o comprometido estamento político e militar bolivariano.  

Cabello reduziu consideravelmente suas aparições. O "sumiço" de Cabello pode significar a negociação de uma via de fuga. 

É fato que a queda  do ditador venezuelano  ainda depende das ruas - e as ruas estão dando sua resposta  contrária a Maduro.  Ocorre que, no caso venezuelano, isso não é o bastante.

Tal como ocorreu no Brasil (com a diferença do sistema ter se mantido sempre nos parâmetros democráticos, apesar do PT), os milhões de habitantes que vagam em manifestações espetaculares pelas ruas venezuelanas ainda dependerão de alguma dissenção interna na seara política do governo. Espera-se ainda algum laivo de consciência de personagens corajosos - seja por redenção moral, seja por canalhice, que poderá provocar a ruína do governo bolivariano.

Importante detalhe histórico: a Venezuela mergulhou na ditadura a partir do seu próprio aparato militar e, com exceção do parlamento nacional - sujeito ao voto popular, todo o restante sistema de Estado foi dominado pelos bolivarianos. Esse sistema mantém-se sob a tutela de um número inconfessável de "assessores" militares cubanos e de pelo menos duas unidades militares castristas operacionais, completas e vergando uniforme venezuelano. ISSO torna o núcleo de governo refém da ilha caribenha. 


Crise no aparato militar


Maduro, no entanto, começa a enfrentar a crescente desconfiança nos quadros subalternos das Forças Armadas. Por isso mesmo, o estrume bigodudo mantém constante troca de comando e contínuo aumento do soldo militar (45% só no ano passado).  

Na base do dinheiro e de nomeações de militares para cargos públicos os mais variados, Maduro renova o pedido para que seus mais de dois mil generais "permaneçam leais à pátria, à sua ideologia, doutrina e treinamento".


Maduro e seus "sóis do cartel"...

Esse expediente é ilusório. Os fiéis que ainda gritam ‘Pátria, socialismo ou morte. Nós venceremos!’, são oficiais de alta patente, herdeiros e beneficiários do tráfico de drogas -  antes mantido pelas FARC  - a guerrilha de esquerda da Colômbia,  agora em franca fase de desmonte. 

Os narco-generais são conhecidos na Venezuela como ‘Sóis do Cartel’ - pois usam um emblema de sol em seu uniforme, no lugar da habitual estrela que identifica a hierarquia militar. Esses vermes fardados participam de grandes esquemas de corrupção há muito conhecidos da inteligência dos EUA. Sua vantagem pecuniária, no entanto, está em risco, pois a polícia norte-americana e os países europeus tratam de caçar e tornar indisponíveis todas as divisas oriundas do butim que os vermes fardados fizeram e fazem na pátria que deveriam proteger. 

De fato, os oficiais militares e praças a  serviço de Maduro não honram qualquer farda e não são dignos de receber qualquer respeito. Estão cientes de que conformam uma fraude e temem, absolutamente, a repressão que sobre eles se abaterá após a queda do ditador. Ante a miséria moral e estrutural do aparato venezuelano, resta o terror e sobram ameaças a quem hesita. Um ciclo conhecido que terminará fatalmente colapsado. 

Como disse Churchill - "não se pode enganar a todos todo o tempo".




Milícias operárias bolivarianas - paramilitarismo no pior estilo narco-nazista


O narco-nazismo


Maduro NUNCA confiou no exército. Por isso tratou, todos esses anos, de ampliar a capacidade de combate e o número de suas forças paramilitares e policiais. 

O modelo declarado oficialmente é o dos Comitês castristas de Defesa da Revolução - CDRs, que evitaram a invasão na Baía dos Porcos, em Cuba, nos anos 60. 

No entanto, grande ironia, Castro,  como Maduro e Chavez, era um leitor assíduo e declarado de Mein Kampf. O que todos fizeram foi cópia mal feita dos corpos paramilitares SA e SS, de Hitler. 

Sobre o aparato paramilitar bolivariano pairam inúmeros conselheiros cubanos, que parecem manter o sistema de segurança venezuelano refém de Maduro, e este refém desses conselheiros. 

Maduro esgotou os recursos de que dispunha para comprar armas e aparelhar sua crescente milícia popular.  Esse esforço, no entanto, só amplia a latrina. O governo fornece uniforme, armas, munição, salários, alimentação e privilégios a uma massa de gente miserável, analfabeta funcional, que sofre com a miséria e vê na carreira paramilitar uma forma de ascensão social e acesso a alimento. 

As milícias bolivarianas  constituem um bando sem método. Promovem baderna e agridem indistintamente a própria população. Provocam todo tipo de achaques e violência urbana, fazem invasões, atos de intimidação, sequestros, assassinatos e extorsões. 

Como não há alternativa de emprego na Venezuela bolivariana fora do Estado, sobram a criminalidade e a atividade política orientada, paramilitar. Decididamente, é por isso que a Venezuela mergulha no transe nazifascista. 

Sem líderes, orientados por imbecis e narcotraficantes, os bolivarianos inventaram um narco-nazismo capenga,  em estado de demência.


A escalada da violência e crise geopolítica


Juan Guaidó, o presidente interino eleito pela Assembleia Nacional Venezuelana, ou quem vier a intervir após dar a descarga na latrina para dispensar Maduro,  terá muito trabalho para defenestrar essa podre estrutura. 

O aparato bolivariano impedirá um governo reconhecido internacionalmente de exercer o controle territorial no país. Por isso mesmo, os países vizinhos, Europa e Estados Unidos, aguardam que a estrutura entre em colapso - como já ocorreu em várias outras ocasiões históricas com governos esquerdistas ditatoriais.

Do ponto de vista internacional, o estrume bigodudo só interessa a Cuba, Rússia e China. O primeiro por instinto de sobrevivência do seu próprio regime, os outros dois por razões geopolíticas muito claras. 

O petróleo deixou de ser um trunfo venezuelano. Já interessou mais aos EUA e hoje, tornou-se um produto dispensável (e o preço internacional do petróleo assim o demonstra).

O governo da Venezuela mantém intenso comércio armamentista com a Rússia e China, sendo que esta última vem, gradativamente, se apossando dos recursos petrolíferos venezuelanos. São esses países que amarraram Maduro ao trono ensanguentado do poder bolivariano, impedindo que este abandone o país. Serão esses países, com certeza, os destinatários dos trânsfugas bolivarianos quando o castelo de cartas em que estão apoiados cair de vez na Venezuela. Deles poderá sobrevir, no entanto, algum apoio militar ao estrume de bigode, na hipótese da descarga da latrina venezuelana ser disparada por meio de uma intervenção militar internacional.  

Por outro lado, Sem mais recursos, a Venezuela reinstala um antigo conflito territorial sobre o Território Essequibo, zona de disputa com a antiga Guiana Inglesa. 

Situado no Planalto das Guianas, compreendido entre o rio Cuyuni e o rio Essequibo, numa extensão territorial de 159.500 km², o território em disputa integra a República Cooperativa da Guiana. No entanto, é reclamada pela Venezuela internacionalmente por meio do Acordo de Genebra, de 17 de fevereiro de 1966. Ali situam-se reservas auríferas, possibilidade de haver nióbio - ou seja, área preciosa para exploração, e que antes de pertencer à Guiana, teve parte dele integrada ao território do Brasil. 

Maduro prepara uma escalada em direção ao conflito bélico - e pode envolver Brasil, Suriname, USA e Grã Bretanha. 

Assim, a possibilidade de uma escalada de violência é real. Essa escalada deverá produzir uma crise humanitária capaz de  relativizar a soberania venezuelana, autorizando intervenção internacional no território para pacificação e a remoção de Maduro, à força. 

Se isso ocorrer, o conflito será bélico. Portanto, toda a atenção deverá se por na direção da Venezuela.  

A solução do conflito, em bases assimétricas, poderá ser indigesto até mesmo para a diplomacia. E essas opções, agora, estão à frente de Maduro. 

Para removê-lo, será preciso acionar a descarga.

Vale o conselho romano: “Si vis pacem, para bellum” (Se quer a paz, prepare-se para a guerra).


Leia também:

PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, "Sozinho, Maduro Não Sairá. Será Preciso Acionar a Descarga", in Blog The Eagle View, 22 de Maio de 2018, visto em 23Fev2019, in https://www.theeagleview.com.br/2018/05/sozinho-maduro-nao-saira-sera-preciso.html

PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, "Um Herói de Verdade: Óscar Pérez!", in Blog The Eagle View,  18 de janeiro de 2018, visto em 23Fev2019, in https://www.theeagleview.com.br/2018/01/um-heroi-de-verdade-oscar-perez.html

PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, "Venezuela é uma Republiqueta Narco Terrorista", in Blog The Eagle View, 7 de agosto de 2017, visto em 23Fev2019, in  https://www.theeagleview.com.br/2017/08/venezuela-e-uma-republiqueta-narco.html

PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, "Venezuela, O Destino do Populismo é a Ditadura". in Blog The Eagle View, 1 de abril de 2017, visto em 23Fev2019, in https://www.theeagleview.com.br/2017/04/venezuela-o-destino-do-populismo-e.html

PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, "Narco Nazismo Venezuelano Está Maduro Para Cair", in Blog The Eagle View, 14 de maio de 2016, visto em 23Fev2019, in https://www.theeagleview.com.br/2016/05/o-narco-nazismo-venezuelano-esta-maduro.html




Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.






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