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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

HORA DE DECIDIR O CAMINHO DA RENOVAÇÃO

A mesmice instala sinais trocados, mas é possível divisar claramente quem representa a renovação nas eleições de 2018




Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro


O Brasil se depara com uma bifurcação no fim do tortuoso caminho das  eleições de 2018.  

Há duas direções a seguir: a mesmice ou a renovação.  

As direções são distintas. No entanto, os sinais apostos no caminho não as indicam com a devida clareza. 

A má sinalização decorre do confuso quadro institucional que pavimenta todo esse processo, propositadamente desfocado para frear a livre expressão da soberania popular.  


O lodaçal da República

Hoje,  a expressão da soberania popular é subjugada por regras mal feitas, emendadas, remendadas e interpretadas casuisticamente por um Poder Público sem qualquer legitimidade. 

A perda da legitimidade do Poder Público tornou-se inconteste em 2013, quando explodiram gigantescas manifestações assertivas, que revelaram o descrédito popular nas autoridades constituídas da República. Ficou evidente o profundo descontentamento  do cidadão com o funcionamento, a representação e a organização de seu sistema político.

O quadro político e econômico, desde então, só se agravou, evidenciando a existência de um establishment parasita, formado pelo lodo da corrupção, do fisiologismo, do rentismo, da parasitagem cultural e da burocracia. 

Esse lodaçal disfuncional  chamado establishment, não guarda qualquer compromisso com a Nação. Ele se mantém, também, entranhado no "deep state" - o Estado Profundo, de onde emite sinais trocados à cidadania. Assim age, como reação ao risco crescente de ver-se desalojado da organização política da sociedade. 

A organização partidária expressa toda a reatividade do lodaçal disfuncional em que o Estado chafurda.  Por ela é possível observarmos como os parasitas da República se defendem dos organismos de controle social, interagindo com estes para continuarem a produzir a mesmice. O mecanismo de apoio financeiro às campanhas eleitorais nos serve de exemplo, senão vejamos: 

A Operação Lava-Jato evidenciou a relação promíscua dos partidos com os fornecedores de bens e serviços ao Estado. Identificada esta relação como fonte geradora de corrupção pela sociedade e seus organismos de controle, o establishment entendeu de recuar dessa escolha. Abandonou o financiamento privado das campanhas para , então, adotar o financiamento público. Na verdade, o lodaçal utilizou-se de um diagnóstico correto, para receitar à sociedade um remédio que não combate e, sim, mantém vivo o parasita no organismo social. Desta forma, a mesmíssima estrutura partidária, com os mesmos corruptos, passou a drenar do contribuinte os recursos necessários à sua sobrevivência.  

Resolvida a questão financeira, o establishment tratou de manter a estrutura corrupta intacta nos partidos. Assim, permitiu às lideranças partidárias sufocar a renovação de seus próprios quadros. As lideranças, então, direcionaram ao seu bel prazer  a verba pública de campanha recebida, irrigando preferencialmente a estratégia de reeleição delas próprias e seus apaniguados. 

Têm-se assim, que  "novo" parlamento, se depender da vontade das organizações partidárias,  irá contrariar o rumo natural de renovação do quadro político institucional... 


O presidencialismo de coalização

Na outra ponta desse mesmo barco, o establishment conspira contra a República, trabalhando de forma intestina para que não ocorra qualquer alternância na chefia dos executivos estaduais e federal. 

Trabalham, os que gerem o regime atual, para que permaneça no poder a  repactuação dos grandes partidos em torno de uma candidatura esquerdista ou moderadamente esquerdizóide.

Manipulam o que podem no sentido de extrair o próximo governo do arco de alianças incrustado no Estado desde o advento da Nova República. O mesmo arco de alianças que escolheu José Sarney, sofreu um revez com Collor, recuperou-se com Itamar, elegeu FHC, Lula e Dilma, e recompôs-se com Temer. Esse arco de alianças é o chamado "presidencialismo de coalização". 

O presidencialismo de coalização gerou profundas distrofias e desfigurou a democracia. Entronizou o crime organizado da estrutura de poder, pulverizou mensalinhos parlamentares em praticamente todas as câmaras municipais e assembleias, distorceu contratações de bens e serviços na Administração Pública, judicializou a gestão pública, reduziu a capacidade de investimento do Estado, direcionou os cofres públicos para pagamento de pessoal, conspurcou a base moral da sociedade, degradou a unidade familiar, expandiu a violência urbana, gerou insegurança jurídica, destruiu a confiança e institucionalizou a corrupção.


O projeto hegemônico em marcha  

Esse núcleo de parasitas, por óbvio, não está disposto a "largar o osso".  Tratou, nas últimas décadas, após ser obrigado a reformar a economia, em 1995, de implementar um processo de perda gradativa das liberdades civis e controle burocrático das relações econômicas, envolvendo um projeto esquerdizóide de poder hegemônico com vínculos internacionais, comprometido com a relativização da soberania nacional. 

Não por outro motivo, nos últimos anos, face á ameaça de resgate da cidadania, o establishment ocupou-se de organizar um processo de falseamento da vontade popular por meio de manipulação midiática das intenções de voto e resultados eletrônicos não auditáveis, nas urnas.  

Não por outro motivo, esse organismo obscuro instalado no Estado, oferece imensa resistência á troca das urnas eletrônicas por aparelhos que imprimam o voto de cidadão, permitindo auditoria e recontagem. O sistema foi aprovado por lei e, mesmo assim, o próprio Supremo Tribunal Federal o ignora, de forma sintomática.

O establishment tratou também de ampliar regras de controle, impondo uma camisa de força no processo eleitoral. 

Essa exacerbação no controle da espontaneidade transformou a campanha eleitoral em um imenso cartório. O objetivo é sistematicamente induzir as escolhas do eleitor, submetendo-o a uma poluição de informações manipuladas e pesquisas eleitorais metodologicamente questionáveis. Essa manipulação de meios e vontades é sedimentada pela grande mídia, toda ela sustentada por verbas públicas e de grandes cartéis da economia. 

Essa coalização desprezível de celerados parasitas, forma a grande barreira que o cidadão terá que enfrentar, se quiser resgatar o Brasil para si e seus filhos, nesta e nas próximas gerações. 


Onde está a renovação

No entanto, como é de lei na matemática, na física, na química e na biologia, o imponderável fatalmente ocorre e o caos determina a mudança. Da mesma forma como, nas relações humanas, crimes perfeitos costumam falhar. 

Assim, com todas as amarras postas no processo, a estrutura democrática remanescente propicia ao cidadão fazer carga concentrada nas eleições. Com todos os senões, pode ocorrer sensíveis mudanças no processo político. 

A reação orgânica dos organismos de controle social, nos últimos anos, provocou, por exemplo, sensível redução na capacidade de cooptação financeira de novos quadros pelo establishment. A  deflagração histórica de  campanhas de combate á corrupção, provocou alterações importantes  nas últimas eleições municipais, de tal forma que surge, agora, oportunidade de se repetir a carga concentrada do eleitorado, visando a renovação nos estados e no governo federal. 

Não por outro motivo, a busca por renovação vem sofrendo impressionante combate do establishment nestas eleições. 

O núcleo parasita implementou ampla manobra partidária, visando segregar os quadros que apontavam para a renovação, isolando-os partidariamente e concentrando a renovação nos pequenos partidos. Foi o que ocorreu com Jair Bolsonaro, João Amoedo e Alvaro Dias, cujas propostas de renovação apontavam para alterações estruturais significativas. 

Porém, destes três candidatos, Jair Bolsonaro reagiu adotando uma estratégia de desbordamento digital. 

Utilizando os únicos meios ainda não dominados completamente pelo esquema parasita - a internet e a mobilização popular, Bolsonaro obteve impressionante vitória estratégica na campanha, independente do resultado nas urnas, pois o espectro da mobilização já abalou decisivamente a estrutura do Estado, provocando o descolamento das forças civis e militares e a cisão na estrutura judiciária.

A estratégia digital de Bolsonaro rompeu o isolamento imposto no tempo de propaganda de televisão e rádio, o escasseamento da verba pública de campanha partidária, o bloqueio da grande mídia, a agressão sistemática da imprensa amestrada e a ameaça contínua de judicialização da candidatura.  

O pavor, então, se instalou. Ao superar todos esses obstáculos, Jair Bolsonaro fez ligar o sinal de alerta nas hostes do establishment. 

O crescimento exponencial da popularidade de Bolsonaro tornou impossível  à mídia amestrada continuar sonegando o reconhecimento do fato. Da mesma forma, as empresas que manipulam pesquisas eleitorais foram obrigadas a considerar numericamente a possibilidade real de mudança do Poder. 

O desespero  bateu nas hostes da mesmice, surgindo a pregação do ódio pessoal ao candidato no horário eleitoral gratuito. 

À campanha de ódio e demonização da pessoa, seguiu-se o atentado contra o candidato Bolsonaro.

Matematicamente previsível. Como matematicamente não se previu que o candidato sobrevivesse... 


Hora de decidir

A sequência de fatos fala por si. Ela não deixa dúvida quanto ao caminho a seguir para a renovação e o rompimento necessário para eliminar o establishment: Jair Bolsonaro.

Essa opção contaminou os demais candidatos comprometidos com a renovação - Alvaro Dias e, principalmente, João Amoedo - cujo partido Novo constitui a grande novidade no campo das agremiações políticas em disputa.  

A união em torno do candidato mais firme em direção á renovação, no entanto, também representou o resgate de um passado mais hígido, moralmente mais justo, de respeito aos valores nacionais. 

Essa é a pregação de Bolsonaro - e por isso, graças á disfunção cognitiva armada pelo establishment, tenta-se impor à ele a pecha imprecisa de "retrógrado". 

Bolsonaro, portanto, é o novo. O candidato do PSL é  o único a buscar a renovação de verdade. Nele está concentrada a possibilidade real de romper com o ciclo viciado do "presidencialismo de coalização". 

A busca pela ruptura deve se concentrar nos candidatos comprometidos com a renovação - encontrados em vários partidos, principalmente nas agremiações menores - como é o caso do próprio Partido Novo e do PSL de Bolsonaro.

Não por outro motivo, vários candidatos à cadeira nos parlamentos, engajados no Novo e e em parte no Podemos, como também em vários outros partidos aliados de Alckmin, trataram de migrar votos e apoiar veladamente Jair  Bolsonaro. 


Os candidatos da mesmice

Nas hordas da mesmice, Alckmin desabou, Marina desidratou, Ciro Gomes murchou e Haddad, o poste de Lula, ascendeu à segunda colocação, de fato ainda distante de Jair Bolsonaro - porém turbinado pela manipulação de números dos institutos de pesquisa. 

Haddad é "poste" de Lula, cuja popularidade se mantém APESAR de todos os pesares. A transferência de votos de Marina e Ciro para Haddad foi evidente. Estes formam lideranças periféricas, que fatalmente iriam desidratar, após ungido o indicado do líder petista. 

Nota-se no entanto, que  a base eleitoral petista, hoje, qualitativamente, nem de longe se equipara àquela parcela da população intelectualmente mobilizada, que acreditou no projeto petista, na eleição de 2002, e forneceu suporte crítico ao segundo mandato de Lula. Os apoiadores lulistas, agora, constituem franjas remanescentes miseráveis, de uma estrutura de apoio populista que se esgotou. Essas franjas se concentram nos rincões do atraso e nos bolsões da cognição limitada. Camadas mais pobres da população temerosas de perderem os benefícios dos programas de transferência de renda, comunidades acometidas pelo analfabetismo funcional, prisioneiras do rancor advindo da violência urbana. Soma-se a essas vítimas do assistencialismo os funcionários públicos pendurados nas estruturas inchadas pelo empreguismo populista, os burocratas da academia que não mais prepara quadros intelectuais e, sim, ativistas de cognição limitada.

Esses eleitores moralmente desconectados, foram cultivados com afinco em décadas de  doutrinação educacional nos governos esquerdistas. A eles, repita-se, se soma uma geração de militantes doutrinados em universidades, sem qualquer outra expressão intelectual ou crítica. Essa base comporta-se como uma  doença crônica, que reage ao tratamento do organismo social do Brasil. 


Porém, o mais significativo, é que há uma consciência crítica, que não mais se deixa contaminar por esse lodaçal ideológico esquerdopata. Essa massa crítica - situada nos setores mais esclarecidos da sociedade, tende agora a apoiar  Jair Messias Bolsonaro.

O candidato tucano Geraldo Alckmin, tido como "alternativa" à Bolsonaro, constituiu outra decepção.

Alckmin tornou-se a outra face da mesma moeda em que se encontra Fernando Haddad. 

Enquanto o candidato petista atropelou outro esquerdista assumido, Ciro Gomes e, assim,  tenta concentrar os votos da esquerda, Alckmin, tucanamente, fez o jogo do PT e tentou dispersar os votos à direita, que naturalmente seguiriam para Jair Bolsonaro... 


Conclusão

O histórico de Bolsonaro como parlamentar, ao contrário do que apregoaram os próceres da mesmice e a mídia amestrada, representou e representa uma grande vantagem competitiva frente aos demais adversários. 

Bolsonaro não despreza o Legislativo, é um congressista aguerrido, que fala a mesma língua de seus pares. Não é um alienígena fabricado pelo establishment, pela mídia e grupos econômicos. Não desceu de pára-quedas na eleição presidencial. 

Para governar um país como o Brasil, é recomendável que o candidato tenha experiência política e popularidade. Bolsonaro reúne de fato as duas qualidades.

Desanuviado o caminho, torna-se claro que a renovação efetiva  no quadro político nacional, e a ruptura necessária com o lodaçal promovido pelo establishment, passa por Jair Messias Bolsonaro. 

Resta aos "isentões", pensarem no futuro do Brasil, para além da mesmice, seguir a mesma tendência e fechar questão o quanto antes, em apoio a Bolsonaro, abandonando as lideranças comprometidas direta ou indiretamente com o projeto esquerdopata de poder.

Não há espaço para erros.  Apoiar Haddad em um eventual segundo turno, constituí um ato insano contra a República.

Hora, portanto, de sair do muro e decidir usar o voto para mudar o Brasil de verdade. 









Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista   e  consultor  ambiental.  Sócio  diretor  do escritório Pinheiro Pedro Advogados.    Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional,  membro  do  Instituto  dos Advogados Brasileiros  –  IAB. Vice-Presidente  da  Associação Paulista  de   Imprensa  -  API. É  Editor - Chefe do Portal     Ambiente  Legal,    do    Mural    Eletrônico DAZIBAO e  responsável pelo blog The  Eagle  View.







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