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terça-feira, 19 de junho de 2018

JACOBINOS NO BRASIL? ENTENDA COMO ESSE FENÔMENO PREJUDICA A NAÇÃO.

O destino do jacobinismo é a radicalização... e a guilhotina

Promulgação da "Constituição Cidadã" - fruto da Nova República "jacobina" cuja parábola chega a um final funesto





Antonio Fernando Pinheiro Pedro traça um interessante paralelo entre  a esquerda-raiz da revolução francesa e o fenômeno do "jacobinismo", que hoje ocorre no Brasil.

A exemplo da revolução francesa, os jacobinos brasileiros traçaram e ainda traçam parábolas funestas. Assim agiram em vários momentos de nossa história republicana, desde o século passado. 

É o caso da parabólica "Nova República". 

A Nova República, erigida após o Regime Militar,  nasceu sob a égide jacobina. Rejeitou tudo o que aparentasse provir do "antigo regime" - do guarda da esquina às aulas de educação moral e civismo nas escolas. Como iconoclastia não gera conteúdo, rapidamente a "nova república" ingressou na seara das inseguranças jurídicas, canalizando a resolução de seus conflitos a normas legais casuísticas e à judicialização de absolutamente tudo. 

A partir do momento em que seus quadros "jacobinos" resolveram "eliminar o entulho autoritário" - o arcabouço legal do "antigo regime". Implementaram um novo regime constitucional, por meio do qual a cidadania brasileira viu-se plena de direitos e pobre de recursos para implementá-los. 

A "Constituição Cidadã" transformou-se, ao longo dos anos, de "cornucópia de direitos" em "caixa de pandora" a serviço da voracidade das corporações de Estado.  

De crise em crise, a Nova República ingressou em um processo de radicalização progressiva, por conta da intensa atividade do dispositivo jacobino nela inserido. Assim, o Estado brasileiro transitou do fisiologismo peemedebista de Sarney, ao salvacionismo de Collor e daí, após a reforma do Estado, em 1995, seguiu em desabalada e demagógica carreira em direção ao populismo esquerdista, a cada eleição, da tucanagem ao lulopetismo, piorando até sofrer o baque da crise econômica no governo Dilma, com o advento  da profunda crise moral e  do descrédito da política, externada pelas gigantescas manifestações de massa que definiram o esgotamento do regime. 

Depois de tudo, a Nova República termina no início, com Temer, no lodo do fisiologismo peemedebista. Esse o resumo da parábola funesta, que podemos chamar de "jacobinismo brasileiro"

O dispositivo jacobino, no entanto, não se esgotou após a queda do lulopetismo. Ele ainda sobrevive, encastelado na jusburocracia, na classe política e na mídia. Para se manterem, contrariamente ao que ocorreu na revolução francesa, os quadros jacobinos tupiniquins tecem uma aliança nefasta com os "estados gerais" brasileiros - castas corporativistas formadas pelos bancos, a jusburocracia, os políticos e forças de segurança. 

Essa sobrevivência ocorre por absoluta falta de condições para uma efetiva alternância de Poder. 

De fato, ao contrário da história francesa, os "girondinos" brasileiros foram praticamente dizimados na Nova República. Suas cabeças foram guilhotinadas pela campanha de descrédito do pensamento conservador, organizada pelos jacobinos postados hegemonicamente na academia, na mídia, na Administração Pública e na política partidária - de tal forma que hoje não resta qualquer nova liderança que use racionalidade na política. As existentes ou são fracas ou estão atoladas na corrupção.  

A pobreza de lideranças e a falta de perspectivas termina por fragilizar todo o sistema. Assim, o  processo político brasileiro pode caminhar para uma perigosa ruptura. 

Talvez, tal qual ocorreu na revolução francesa,  essa ruptura venha a ser cruenta e necessária... 

É hora, portanto,  de romper com esse estado de coisas,  resgatar a razão, restaurar a moralidade e recuperar a democracia.

Assista o vídeo: 





Ficha técnica:

Produção: AFPP
Data da Gravação: 19 de junho de 2018
Duração: 4:40min.


Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB. Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. É  Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle  View.


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