Fidel Castro deixou o protagonismo vivo, extemporâneo, para ingressar no registro frio da história contemporânea
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Morreu Fidel Castro.
O último grande personagem da Guerra Fria encerrou seu protagonismo no cenário mundial.
Termina com Fidel o espetáculo do Século XX, que passará definitivamente para a história.
A luz da utopia revolucionária esmaece, esfumaçada pelas longas baforadas do mito no seu Cohiba Explêndido.
Morre a utopia, permanece o mito.
O comandante determinado, o assassino frio, o líder carismático, o aliado inconfiável, o brilhante orador, o manipulador demagogo, o ditador implacável, o estrategista pragmático e o ideólogo cínico, permanecerão personagens encarnados no mesmo ator, ele próprio personagem da história.
O tempo é senhor da razão. As razões de Fidel, porém, já haviam perecido na passagem do século. Fidel, portanto, morreu tarde. Morreu extemporâneo.
O significado do homem havia se encerrado com a queda do muro de Berlin. Fidel vivo, era pura extemporaneidade. Cuba, sem ele, enfrentará a dura e incerta contemporaneidade.
Fidel não será absolvido pela história. Tampouco será por ela condenado.
A história, afinal, não julga, registra...
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados, integra o Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, membro das Comissões de Infraestrutura e Sustentabilidade e Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo (OAB/SP). É Vice-Presidente e Diretor Jurídico da API - Associação Paulista de Imprensa. Editor do Portal Ambiente Legal e do blog The Eagle View.


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