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terça-feira, 8 de março de 2016

MULHER: CONDIÇÃO ADMIRÁVEL

O Dia Internacional da Mulher






Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro


Todo dia é dia internacional da mulher. Dia da condição feminina.

Se fisiológica e antropologicamente, mulheres e homens firmaram espaços e posturas definidos. As circunstâncias históricas, culturais, econômicas e sociais limitaram o espaço à condição humana feminina. Assim, toda postura afirmativa da mulher é uma libertação.

Isso é admirável.

Admiro a mulher de personalidade forte, que não se inibe, não se esconde, não dissimula.

Admiro a mulher que defende suas opiniões, que respeita a opinião contrária e que tem coragem para mudar a sua, se isso lhe parecer o mais justo.

Admiro a mulher que trabalha, empreende e luta para manter sua dignidade.

Admiro a mulher que vence na vida, mas sabe que não vencer não é em si um defeito, é circunstância.

Admiro a mulher que não espera que lhe confiram seus direitos. Ela os conquista.

Admiro a mulher que não condiciona o seu amor e compreende sentimentos.

Essas qualidades, porém,  independem de "gênero". Elas dizem respeito ao livre arbítrio,  ao pleno exercício da cidadania, à formação da personalidade.

Parece fácil... mas não é.

O simples exercício dessas qualidades foi reprimido, condenado, estigmatizado e negado à mulher até meados do século passado. De fato, ainda é negado em várias partes do mundo.

Expressões dessa qualidade, sempre foram atribuídas às "mães", por terem responsabilidade sobre a prole. Admitidas em função da maternidade. 

Porém, a afirmação da personalidade pela mulher livre, jovem ou madura, que trabalha e vive por meios próprios, é ainda um pesadelo machista. A autonomia feminina, não raro,  é uma passagem sem volta para a solidão  - o preço da liberdade.  O risco cotidiano da condição feminina se exprime nas mínimas relações cotidianas, até mesmo num olhar.

É certo que a solidão é parte do preço da liberdade, mas esta recai sobre a mulher livre como estigma, ainda que ela mantenha relação conjugal estável e assuma gênero diverso.

Assim, embora a livre expressão da personalidade feminina seja possível, ainda assim não foi assimilada por nossa cultura, nossa economia e nossa sociedade.

Por isso mesmo, o exercício dessa expressão é admirável. Pois , se todas as qualidades que apontei no início são desejáveis em qualquer pessoa, mais admiráveis serão na mulher. Porque nela, quando exercidas, não são apenas qualidades, são conquistas.






Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.





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