Biden derrotou a arrogância
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
As eleições americanas expuseram uma luta titânica dos americanos plurais contra os americanos intolerantes. Da diversidade contra o preconceito.
Biden não ganhou sozinho. Ganhou o iluminismo contra o obscurantismo, a hospitalidade contra a hostilidade, a solidariedade contra o egoísmo, a civilidade contra a soberba, a tolerância contra o sectarismo. Foi uma vitória do cidadão consciente contra o arrogante que a tudo ignora.
Trump foi eleito motivado por uma mobilização em favor dos valores básicos dos Estados Unidos, contra o esquerdismo "politicamente correto" e a concentração econômica globalista - que de fato ainda contamina o país.
Biden traz de volta, é fato, esse processo corrosivo de erosão dos valores mais caros ao povo americano. No entanto, o processo corrosivo, de fato, não foi contido por Trump, que se deixou envolver na guerra verbal, sem atacar as estruturas do "deep state" que havia proposto combater.
Trump foi vítima da própria arrogância. Foi eleito para proteger os americanos da corrosão esquerdista. No entanto, deixou-se envolver pela xenofobia ignorante, germinada no seu governo, que despertou o que há de pior no direitismo: a postura anti-intelectual, a aversão ao cosmopolitismo, o estímulo à arrogância, o racismo, o preconceito sexual, a violência, o desprezo ao pluralismo, à ciência e à diversidade.
Esses valores são caros à humanidade, e foram desprezados pelos idiotas de todo gênero que se mobilizaram em torno da incomensurável vaidade de Donald Trump.
O conhecimento é algo caro aos americanos. O obscurantismo, por sua vez, é desprezível. Aliás, foi em função disso que os americanos haviam rejeitado os democratas e seu "politicamente correto" - urbanoide e esquerdista, ao elegerem o próprio Trump em 2016.
O nazismo é o maior inimigo dos Estados Unidos. Se os comunistas representam um mal aos americanos, os nazistas de fato já o perpetraram - com danos efetivos e históricos em escala incomensuravelmente maior. E os nazistas, de fato, reapareceram com Trump.
A arrogância, por sua vez, é um pecado capital imperdoável - que a alma americana nunca tolerou. Arrogantes sempre tiveram vida curta nos EUA, e Trump, talvez por reação a um establishment igualmente arrogante, revelou-se um arrogante perigoso.
Assim, não se trata de creditar a Biden méritos pessoais extraordinários. Acredito mesmo que não os tenha - bem como a trouupe de esquerdistas que apoderou-se do aparelho democrata. Trata-se de compreender que uma massa impressionante de cidadãos buscou se mobilizar contra o que parecia ser uma "avalanche de insanidade em direção à obscuridade". Essa reação traduziu-se em votos para os democratas, e obteve êxito.
Por fim, o alerta: ao lado do tradicional eleitorado republicano, foi notória a enorme mobilização obscurantista, dos supremacistas brancos, dos populistas e dos neonazis em torno de Trump. Este fato, além de justificar todos os temores, jogou luz sobre um somatório de males que todos querem ver reduzidos à insignificância... e que jamais deveriam, de novo, atormentar a democracia americana.
Nos EUA, sempre fui um Republicano. Me preocupo com toda a América submetida a Democratas. No entanto, acho que a vitória de Biden deve ser absorvida por Trump e todos os conservadores dos EUA, como uma lição a ser aprendida, apreendida e digerida, para que não se repitam os erros.
A eterna vigilância, de fato, é o preço cobrado à liberdade.
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Espero q esse movimento, o da vitória da luz sobre as trevas, se espalhe pelo mundo!🙏🏼
ResponderExcluirO pior de tudo é a ênfase na negação de tudo, até mesmo da tão decantada democracia americana e seu sistema eleitoral.
ResponderExcluirUm mal longe de extinto, e ganhando força. 71 X 75 milhões de votos. Preocupante o potencial para manipulação.
ResponderExcluirParabéns Dr.Fernando!
ResponderExcluirFalou e disse tudo ! Parabéns Dr. Fernando
ResponderExcluirEspero que a lição tenha sido aprendida por Trump... e que no novo mandato trate de resolver, de vez, exterminar as armadilhas montadas para eliminar o livre debate e a liberdade de expressão na América.
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