O ambiente virtual poluído pelo ódio, tritura reputações e ostenta a mais abjeta ignorância
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Desde criança, fui criado em uma casa-biblioteca. Passei a infância e a juventude lendo, ouvindo histórias, trocando ideias sobre arte, política, música, mantendo relacionamentos positivos, cedendo e recebendo boas energias.
Aprendi piano para poder ler partituras, compreender a música.
Pude ver e ouvir grandes espetáculos, assistir Rostropovich tocar violoncelo a dois metros de distância, acompanhar Magda Tagliaferro interpretar ao piano e explicar, um a um, os 24 prelúdios de Chopin, me emocionar com Astor Piazzola, ouvir a Orquestra Armorial, cantar com o Queen, me encantar com U2, amadurecer compreendendo a dedicação de Bach a Deus, a dedicação de Beethoven aos homens e o talento de Mozart direcionado ao divino e ao humano.
Cresci, sempre procurando produzir coisas que transformassem positivamente o mundo e as pessoas, renovassem o entorno e acrescentassem valor. Nunca deixei de estudar, trabalhar e arriscar - ganhando, perdendo, mas sempre aprendendo.
Francamente, aos sessenta anos, ver bobagens infamantes como as que ando lendo nessas redes sociais... primeiro despejadas por blogs sujos esquerdistas, patrocinados pelas viúvas do lulopetismo e sua corja de corruptos; e, agora, excretadas pelos insetos com braçadeiras que se refestelam na bajulação acrítica bolsomínion, me faz repensar sobre a validade das novas tecnologias de convivência social da internet das coisas.
De fato, após décadas de enfrentamento a lunáticos preservacionistas, ecocentristas e climáticos, sou também obrigado a digerir à força centenas de lixos postados com empáfia, suportar ofensas plenas proferidas por nulidades, ver as telas da TV, do computador, do celular, poluídas por imundícies de toda ordem, definitivamente não é pra mim.
Vejo a roda girar para o ciclo cair na casa da mais podre mediocridade. Pior, no mal mais banal.
O mal não é somente uma natureza do ser, ele pode ser construído no contexto de uma escolha política. Emprestando essa afirmação de Hannah Arendt sobre o nazismo, penso que é nesse medíocre vazio de pensamento onde nos encontramos, que a banalidade do mal começa a se instalar.
O mal não é somente uma natureza do ser, ele pode ser construído no contexto de uma escolha política. Emprestando essa afirmação de Hannah Arendt sobre o nazismo, penso que é nesse medíocre vazio de pensamento onde nos encontramos, que a banalidade do mal começa a se instalar.
Definitivamente! Os ambientes midiático e virtual, poluídos de ódio e hipocrisia, que trituram reputações e ostentam a mais abjeta ignorância, tornaram-se uma decepção.
As redes sociais transformaram-se em teias de aranhas, que devoram cérebros e virtudes. É necessário não se enredar nelas.
Por outro lado, elas refletem a nossa própria miséria. Censurá-las é permitir que a canalha nos imponha apenas um lado da mesma mediocridade.
Assim, é necessário paciência, entendimento e compreensão do momento decepcionante que vivemos.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View". Foi integrante da equipe que elaborou o plano de transição da gestão ambiental para o governo Bolsonaro.
O ambiente virtual poluído pelo ódio, tritura reputações e ostenta a mais abjeta ignorância
ResponderExcluirMais um chamado à lucidez que vou considerar na reflexões que estou fazendo sobre o que vejo na internet.
ResponderExcluirCumprimentos pelo artigo.
Esta no meio do olho do furacão, boa sorte
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