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domingo, 14 de janeiro de 2024

BRASIL - TERRA DE CORRUPÇÃO... E DE GENTE DE BEM

A independência do Brasil se constrói por  quem estuda, trabalha e batalha por uma Nação digna








Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro



Nós, brasileiros, somos sinônimo de esperança, ainda que nada recebamos senão lama. 

Lutamos diariamente para obter com  dignidade nosso sustento. Sustentamos uma pesada estrutura burocrática que nos esmaga e tripudia.

Empregamos esforços como ninguém para derrubar governos, renovar parlamentos e reivindicar reformas; sem, no entanto, por em risco a democracia.

Fazemos uso da soberania popular com regularidade, ordem e civilidade impecáveis, sempre buscando mudanças e renovação. 

Embora sistematicamente traídos, a cada legislatura, a cada mandato, a cada investidura, sentimos bater no rosto a leve brisa da transformação, cientes que o furacão que desejamos ainda está por vir.   

O que demandamos, acima de tudo, é um contínuo e renovado Sentido de Nação. 


A grande revolução


No início deste século, o Sentido de Nação  surgiu com a  indignação geral, manifestada nas ruas em 2013. Esse sentido pôs o País na frente do espelho, para constatar que a face ali exposta não era a nossa. 

Ficou estampado, nas ruas e praças, o divórcio entre a Nação e o regime de poder - que deveria ser exercido pelo Povo, em nome do Povo. 
 
A mobilização popular motivou profundas alterações nos instrumentos de controle sobre a Administração - buscando reduzir o espaço da impunidade. Porém, ampliou o espaço do Judiciário na Administração e na Política. Ou seja, a juristocracia passou a censurar e interferir na Soberania Popular.
  
Em seguida  veio o impeachment de uma mandatária inepta. Uma operação de combate à corrupção como nunca antes vista, e a segregação de inúmeras ratazanas para o lixo, o opróbio e o limbo da vergonha. 

Seguiu-se um período de reformas - com Michel Temer e um mandato populista à direita, com Bolsonaro, pleno de esperanças  mas também de conflitos, que produziram frustrações e contradições. 

Em todo esse período, as redes sociais e a comunicação digital nos libertaram da corrompida e cooptada mídia mainstream, composta por acólitos do establishment e áulicos de plantão. 

Ganhamos, como cidadãos, a liberdade para nos manisfestar e ser ouvidos, uns aos outros. Novos personagens da mídia digital renovaram o quadro da crítica jornalística e, por óbvio, a comunicação tradicional sucumbiu à dinâmica das redes sociais.



A volta dos que não foram


Ocorre, porém, que o esquema criminoso de poder, em função das procelas da burocracia judiciária - propositadamente erigida para nada resolver, sobreviveu à onda de renovação e se recompôs.

Os ratos retornaram, carregando consigo lama e limbo. Cooptaram quem poderia julgá-los e corromperam quem poderia denunciá-los em público. 

Num processo  pontuado por intervenções judiciais, o estamento de investidos sem voto conduziu um processo conturbado de "modulação" da Soberania Popular. Assim, deturparam sobremaneira o sentido das eleições em 2022, criminalizando até mesmo a crítica ao processo.

Deliberadamente, manipularam a vontade popular censurando as manifestações e reprimindo vozes na mídia digital. Censuraram as redes sociais, perseguiram conservadores e descondenaram ratazanas... 

O resultado foi notório: o rosto da Nação não se viu e não se vê refletido na estrutura que hoje nos governa. 

O resultado é o descrédito e o desprezo cotidiano à gente postada no poder, em Brasília.

Assim, a busca por nossa verdadeira imagem permanece, seguindo o rito de Sísifo: o eterno rolar de pedra acima... 

Isso nos faz refletir sobre a importância de lutarmos pela dignidade -  nossa e do Brasil  que nós  diariamente  construímos.



O eixo do mal


 
Ethos anthropos daimon - o caráter do homem é seu destino, vaticinou Heraclito. 

É fato: O estamento podre do Estado Brasileiro optou pelo apagão moral. 
 
O mal está estampado no rosto, nos olhos, posturas e gestos da gente ordinária que se instalou no poder, eleita, nomeada e investida com a própria alma amarrada ao inferno.
 
A opção pelo mal destrói o caráter, estraçalha a alma e deforma a personalidade do indivíduo. 

No caso brasileiro, o apagão moral se assenhorou do País pela cúpula do Estado - emporcalhando os escaninhos da Administração e atraindo os fracos de caráter.

O eixo do mal perspassa o Estado brasileiro, estimulando a explosão da criminalidade ordinária no País. É a aliança da intelectualidade sem moral com o lumpesinato sem valores.  

Esse eixo do mal é notoriamente rejeitado pelo povo - "extrato da população interessado no progresso econômico e social da Nação" (como bem conceituou Nelson Werneck Sodré). 

Pudera. Somos um povo que sabiamente rejeita o crime, condena o mal e busca sempre a dignidade.

Esta a razão dos ratos buscarem destruir a capacidade orgânica de mobilização popular - seja intentando censurar as redes e meios de intercomunicação social, seja promovendo uma gigantesca onda de intimidação com impunidade seletiva - a prisão de cidadãos comuns e liberação sistemática de todo tipo de bandidagem. 

As ratazanas que apavoravam o personagem Winston Smith,  nas sessões de tortura descritas na distopia de George Orwell, "1984",  saíram da ficção e, agora, aqui,  vestem toga, ternos de boutique e uniformes lotados de tampinhas. Tornaram a "novilíngua" e o "duplipensar", instrumentos de sua medrosa "jurisprudência"...

Mas o Brasil não é feito pelos ratos. É, sim,  construído pela brava gente brasileira.  


A Brava Gente Brasileira


O Brasil se constrói pelas mãos das pessoas de bem. 
 Gente que madruga, enfrenta fila, trabalha, educa e cria.

O país amado é composto pela brava gente que  resiste e supera a violência urbana, enfrenta a hipocrisia e  ignora o abandono. Gente que crê, tem fé, acredita e reza. 

A independência do Povo Brasileiro  é construída pelos que formam os filhos com valores morais, os ensina a serem bons cidadãos, pais de família. Pela gente que, mesmo nas áreas mais violentas dos centros urbanos; vai aos cultos, frequenta as igrejas,  comparece às missas, busca conforto espiritual. Gente que prega para si e para os outros a moral sem adjetivos. 

Esse Brasil do bem, forma a esmagadora maioria que compõe o sangue que corre nas veias da Nação.


Um convite à reflexão


Lutamos pela educação do nosso povo, mas sabemos sobretudo que devemos educar pelo exemplo. É o exemplo que nos forma e forma nossos filhos. 

No momento que assumirmos nossa superioridade moral,  romperemos o cerco dos fracos de caráter, permitindo à Nação realizar a grandeza de sua verdadeira independência.

A Soberania Popular é nossa independência e a Nação reside em nossa dignidade.

Dignidade sempre! E acima de tudo!













Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Diretor da AICA - Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados, É Vice-Presidente e Diretor Jurídico da API - Associação Paulista de Imprensa. Editor do Portal Ambiente Legal e do blog The Eagle View.













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7 comentários:

  1. E o que o sr me diz do desvirtuamento da nosa grande imprensa, atendendo mais à politica canhota do que à finalidade de dar a informação correta?

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  2. Considerando alguns artigos lidos, somados a este que acabo de apreciar, posso, tomando a liberdade sem licença, afirmar sem reservas ideológicas ou preconceitos filosóficos, que o digníssimo Senhor Dr. Antônio Fernando Pinheiro Pedro figura no dileto rol da raríssima estirpe denominada de "reserva moral e dignidade humana" dentre nós, como ele disse, que construímos e buscamos o tão sonhado "Sentido de uma verdadeira Nação".
    Rogo a Deus, criador e doador de tudo e de todas as coisas, sua benção e meus votos de saúde plena e vida longa para o Senhor Dr. Antônio Fernando Pinheiro Pedro e Excelentíssima Família, com os meus mais profundos votos de respeito e admiração. Fiquem na paz e se cuidem.

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  3. Conheço bem essa valiosa gente que estuda, trabalha e batalha por um Brasil melhor. E que é afogada pelo domínio dos corruptos. É desanimador ver o Brasil dominado pela bandidagem. Pela corrupção da imprensa, pelos "intelectuais" de festiva, que não conhece verdadeiramente as coisas do Brasil e nem o seu povo. Vamos, assim, patinando entre aqueles que verdadeiramente lutam por um Brasil melhor e aqueles que só querem o seu bem estar, usando da mais rasteira conduta.

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